
Resultado é 38% menor do que o registrado no mesmo mês de 2024. Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, critica BC: “os juros, de fato, estão pegando pesado com o ritmo do crescimento”
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, apresentou nesta segunda-feira (29) os números de agosto do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicando a criação de 147.358 novos empregos formais na economia brasileira, resultado de 2.239.895 admissões e 2.092.537 desligamentos no mês. O total de empregados formais no país soma 48.698.182.
No mês de agosto, a criação de empregos formais foi maior em 9,76% dos que os 134.251 empregos gerados em julho, ficando, no entanto, abaixo em 38% dos 239.069 empregos criados no mesmo mês de 2024, o pior resultado para um mês de agosto desde o início do novo Caged em 2020. Ainda assim, no acumulado do ano, já foram gerados 1.501.930 postos, um crescimento de 3,18% sobre 2024.
Marinho destacou que o Brasil continua registrando crescimento no emprego formal, embora em ritmo mais moderado do que nos dois anos anteriores e localiza no exorbitante patamar da taxa básica de juros (Selic a 15%) como um dos principais fatores a limitar a expansão do mercado de trabalho.
Segundo Marinho, “é possível que as tarifas impostas pelo governo americano ao Brasil tenham impactado um pouco a geração de emprego no Sul do país”.
“Você tem um pequeno impacto das tarifas do sr. Trump. Rio Grande do Sul, por exemplo. Santa Catarina. Enfim, você tem um pequeno impacto, uma influência aí da tarifa. Mas eu diria que o maior impacto é dos juros, porque o impacto da tarifa, ela impacta em alguns setores específicos, especialmente os que trabalham com quase ou com exclusividade alguns produtos para o comércio americano”, declarou Marinho.
“Agora, os juros impactam bastante, porque interferem no conjunto da economia e não em setores específicos. Então, os juros, de fato, estão pegando pesado com o ritmo do crescimento. Não sei o que o Banco Central vai fazer, não dá para saber, são eles que sabem. Eu espero que eles não permaneçam teimosamente com essas tarifas absurdas praticadas na economia brasileira”, completou.
Quatro dos cinco setores da economia apresentaram crescimento. O setor de Serviços liderou a criação de vagas (+81.002 ou +0,34%), seguido por Comércio (+32.612 ou +0,30%), Indústria (+19.098 ou +0,21%) e Construção (+17.328 ou +0,57%). A agropecuária foi o único setor a registrar saldo negativo.
A nível regional, o emprego formal registrou saldo positivo em 25 estados. São Paulo esteve à frente com a geração de 45.450 vagas, o Rio de Janeiro veio em seguida com 16.128 e Pernambuco com12.692. Em termos percentuais, os destaques foram Paraíba (+1,61%), Rio Grande do Norte (+0,98%) e Pernambuco (+0,82%).
Dos postos de trabalho gerados, 75,1% são considerados típicos e 24,9% não típicos, com destaque para trabalhadores com jornada de até 30 horas por semana (+40.544, principalmente na área de educação) e aprendizes (+20.252).
Os 1.501.930 novos empregos gerados até agosto tiveram contribuição de todos os grandes setores da economia. Serviços liderou o crescimento, com 773.385 postos (+3,36%), seguido pela Indústria com 273.231 novas vagas (+3,06%), com destaque para a fabricação de produtos alimentícios (+51.004). A Construção teve 194.545 (+6,81%), o Comércio 153.483 (+1,45%) e a Agropecuária 107.297 (+5,97%).
Entre as unidades da Federação, São Paulo concentrou o maior saldo de empregos no período (+436.729 ou +3,05%), seguido por Minas Gerais (+152.968 ou +3,12%) e Paraná (+108.778 ou +3,38%).
O salário médio real de admissão em agosto de 2025 atingiu R$ 2.295,01, apresentando alta de R$ 12,70 (+0,56%) em relação a julho, quando estava em R$ 2.282,31.
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