A produção das indústrias do país em setembro deste ano retrocedeu a níveis de março de 2009, ano da crise financeira, e permanece 17,4% abaixo do seu pico histórico de 2013 – mas, para o governo, o país trilha uma “trajetória de crescimento”.
Segundo dados da Produção Industrial do IBGE, após registrar queda de 0,7% em agosto, o volume de produção teve variação praticamente nula, de 0,2% em setembro. Se o setor produtivo não consegue nem ao menos vencer a variação mensal, onde está a tal recuperação?
Esperar que o setor produtivo “ancore o crescimento nos ajustes do governo”, como declarou recentemente o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é pura demagogia. Pois, o resultado do ajuste de Temer baseado no corte de investimentos e arrocho da demanda, tem sido o fechamento de empresas e o endividamento insolvente.
Das 24 atividades analisadas pelo IBGE na pesquisa, oito tiveram alta em setembro na comparação com agosto, mais um dado que se opõe à pretensa campanha de recuperação.
Entre as atividades que cresceram no mês, as maiores contribuições vem da produção de derivados de petróleo e biocombustíveis (6,7%) e de veículos (1%), que só cresceram por conta do resultado das exportações.
Enquanto isso, os setores de bens de consumo e de bens de capital (que mede os investimentos do setor produtivo), tiveram em apenas um mês retração de -1,8% e -0,8% em setembro frente a agosto.