Luiziane Lins (PT-CE) integrou a flotilha humanitária à Faixa de Gaza, assaltada em águas internacionais pelos terroristas israelenses
O gabinete da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) relatou que, após quase 48 horas sem informações, a parlamentar sequestrada por estar em uma embarcação da flotilha em direção a Gaza recebeu, nesta sexta-feira (3) à tarde, a visita de diplomatas da Embaixada do Brasil e de outros países em Israel.
O comunicado do gabinete criticou o tratamento dado à parlamentar e aos outros raptados. “Apesar de estarem todos e todas em condições gerais de saúde estáveis, segundo os relatos, no primeiro dia em que foram sequestrados, interrogados e presos, o governo de Israel não lhes ofereceu comida e água”, diz a nota divulgada pela coluna de Carlos Madeiro, do UOL.
Segundo o texto, foram “mais de oito horas de procedimentos relacionados à detenção de cidadãs e cidadãos brasileiros”. “A diplomacia brasileira fez dois encontros com a delegação brasileira, um com as mulheres, incluindo Luizianne, e outro com todos os homens”. Fotografias no local não foram autorizadas pelo regime sionista.
A parlamentar integrava a Flotilha Global Sumud, missão humanitária internacional que levava alimentos e medicamentos para a Faixa de Gaza, quando foi interceptada pela Marinha de Israel em águas internacionais.
Outros 12 brasileiros que participavam da ação também estão detidos. Dois estão desaparecidos sem nenhuma notícia, entre eles, o cineasta brasileiro Miguel Viveiros.
Segundo informações repassadas por meio do gabinete da deputada, o grupo foi levado para o centro de detenção de Ktzoit, a cerca de 30 km da fronteira com o Egito.
O Itamaraty confirmou que representantes da Embaixada do Brasil em Israel realizaram visitas consulares.
Outra parlamentar, a vereadora Mariana Conti (Psol), também foi detida.
NOTA DO MRE
Em nota, divulgada na quinta-feira (2), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que “acompanha o caso com preocupação” e responsabilizou Israel pela integridade física dos detidos:
“O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica”, destacou o comunicado.
APOIO JURÍDICO E DIPLOMÁTICO
De acordo com o gabinete da deputada, advogados ligados à missão humanitária prestam assistência aos brasileiros, enquanto o corpo diplomático brasileiro checa as condições de segurança no local.
Antes de ser levada, Luizianne gravou vídeo em que denuncia a ação militar de Israel:
“Estamos sendo sequestrados pelas forças de ocupação israelenses”, afirmou a parlamentar, que está no segundo mandato e já foi prefeita de Fortaleza.
CONTEXTO INTERNACIONAL
A detenção ocorre em meio à intensificação da barbárie de Israel contra a Faixa de Gaza, marcada por bombardeios, proibição de entrada de alimentos, medicamentos e combustível, além de severas restrições à entrada de ajuda internacional.
O Brasil, por meio do Itamaraty, tem defendido repetidamente a abertura de corredores humanitários e a proteção de civis, posição que se reforça diante da apreensão da flotilha.