“Somos todos palestinos!” e “Palestina Livre”, ecoaram pelas ruas da Europa
Após a impressionante mobilização da última sexta-feira na Itália, onde mais de 2 milhões de pessoas ocuparam as ruas de mais de 100 cidades e foi convocada uma greve geral, seguida por cerca de 60% do país, as ruas da Europa ficaram repletas de bandeiras palestinas e centenas de milhares de pessoas denunciaram em alto e bom som de “parem o genocídio” e a “limpeza étnica” perpetrados pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza, neste sábado (4), convocados para denunciar o segundo aniversário do início do massacre israelense em Gaza, em 07 de outubro de 2023.

Cidades como Madri, Barcelona, Paris, Londres, Roma, Lisboa, Porto e Toulouse, entre outras, testemunharam manifestações contra o massacre e a tragédia humanitária em Gaza, e que também denunciaram o abuso de poder e as ações ilegais contra os membros da Flotilha Global Sumud, aproximadamente 400 ativistas de 44 nacionalidades cuja “ação não violenta” buscava abrir um canal humanitário na região para que a população civil pudesse receber a ajuda mais básica, como alimentos, água e medicamentos.
Na Espanha as manifestações foram massivas, a primeira cidade a ir às ruas foi Barcelona, pela manhã, com um protesto avaliado pelos organizadores em 300.000 pessoas. As ruas estavam mais uma vez repletas de clamores contra o genocídio em Gaza, mas também havia inúmeras palavras de ordem e gritos de apoio aos membros da flotilha, entre os quais vários ativistas e deputados regionais da cidade, bem como a ex-prefeita Ada Colau. Os protestos em Barcelona continuaram ao longo do dia, com manifestações e acampamentos contínuos em uma praça adjacente no centro financeiro da cidade.
ESPANHA: 70 CIDADES POR “PALESTINA LIVRE”
Além de Barcelona, manifestações em massa ocorreram em mais de 70 cidades espanholas, incluindo Madri, Valência, Málaga, Bilbao, San Sebastián, Sevilha, Santander, Granada, Vigo, Santiago de Compostela, Badajoz, Mérida e Alicante, entre outras. A marcha na capital espanhola foi massiva e percorreu o centro histórico, do Paseo del Prado de Madri à Puerta del Sol, com uma imensa onda de pessoas bradando incessantemente: “Palestina Livre” e “Eles são ativistas, não terroristas”, em alusão às centenas de membros da flotilha detidos por Israel.
O estádio inteiro do Atlético Bilbao, tradicional clube da Espanha, pediu o fim do genocídio em Gaza, já na partida contra o Mallorca. Um grupo de refugiados palestinos foi recepcionado sob fortes aplausos da torcida e jogadores.
NA ITÁLIA, MAIS UMA VEZ, O POVO ENCHE AS RUAS
À tarde, ocorreu a maioria das marchas restantes planejadas, mais de 300 se incluirmos as de cidades pequenas e médias. Em Roma, Turim e Milão, onde apenas 24 horas antes as pessoas haviam inundado as ruas, centenas de milhares de cidadãos mais uma vez ergueram o grito de “Palestina Livre” e se uniram em torno da causa do povo criminosamente agredido pelo exército israelense. Desta vez, a marcha na capital italiana começou na Esplanada da Pirâmide e passou pelo Circo Máximo e pelo Coliseu antes de chegar ao final na Praça São João de Latrão. Os organizadores estimaram a mobilização nas cidades italianas em um milhão de pessoas.
“SOMOS TODOS PALESTINOS”
Em Paris, dezenas de milhares de pessoas também se manifestaram, carregando faixas de apoio a Gaza e contra os bombardeios israelenses, com slogans como “Somos todos Palestinos” , “Chega de cumplicidade”, “Palestina livre”, “Somos todos anti-sionistas”, e “Agora e sempre, resistência”, entre outros. Na França, manifestações também ocorreram em cidades como Toulouse, Bordeaux, Lyon, Mulhouse e Liège, entre outras.

Manifestação na Trafalgar Square, Londres: “Nos opomos ao genocídio” (foto: Martin Pope/Getty Images)
Em Londres, milhares de pessoas também se manifestaram em torno da conhecida Trafalgar Square, no centro da cidade com a frase “Somos todos Palestinos”. Além de denunciar o genocídio e a limpeza étnica de Israel, os manifestantes criticaram a decisão do governo do Reino Unido, liderado por Keir Starmer, de declarar o grupo Ação Palestina (AP) como “terrorista”. A polícia tentou impedir o protesto, mas os manifestantes acabaram aparecendo e exibindo uma enorme faixa com os dizeres “Eu me oponho ao genocídio. Eu apoio a Ação Palestina”. Essa frase “ considerada pela lei britânica um crime de “glorificação do terrorismo”, levando a polícia a efetuar até 335 prisões, a maioria de pessoas com mais de 70 anos que não ofereceram resistência.
Em Lisboa, também se ouviu o repúdio às ações de Israel contra a flotilha, já que a sociedade portuguesa estava profundamente preocupada com esta missão devido à participação da popular deputada e líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua. A marcha decorreu no centro da cidade, passando pela Praça do Martim Moniz e pela Praça do Rossio, onde terminou com vários discursos de apoio ao povo palestino.
Nos últimos dois dias, manifestações semelhantes ocorreram na Grécia, Suécia, Bélgica, Alemanha, Suíça e outras cidades do Reino Unido. A maioria das capitais europeias registrou manifestações em massa exigindo o fim do morticínio israelense da população de Gaza.