AGU dá 48h à Meta para remover anúncios de falsificação de bebidas

Plataforma veicula anúncios de venda de produtos para falsificação de bebidas (Foto: Agência Gov)

Órgão quer que as plataformas informem as providências adotadas, identifique e modere os conteúdos ilícitos e preserve provas

A AGU (Advocacia-Geral da União) notificou a Meta, controladora do Facebook e Instagram, para remover imediatamente conteúdos e grupos que anunciam a venda ilegal de lacres, rótulos, garrafas e tampas usados na falsificação de bebidas alcoólicas.

A medida, conduzida pela PNDD (Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia), busca conter a disseminação de anúncios que facilitam o comércio de bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica.

A AGU concedeu prazo de 48 horas para que a empresa informe as providências adotadas, identifique e modere os conteúdos ilícitos e preserve provas — como registros de publicações, autores e mensagens.

Segundo o órgão, os anúncios chegam a oferecer selos falsos da Receita Federal e insumos de marcas conhecidas, com entrega nacional e ampla rede de compradores.

VIOLAÇÃO DE NORMAS SANITÁRIAS

“Essas práticas violam normas sanitárias, penais e de defesa do consumidor, podendo configurar crime contra a saúde pública”, afirmou a AGU.

O órgão alertou que o descumprimento da notificação pode gerar ações judiciais civis, administrativas e criminais.

A iniciativa integra o esforço do governo federal para conter o avanço do comércio clandestino de bebidas adulteradas, que tem provocado casos de intoxicação por metanol em diversas regiões do País.

DECISÃO RECENTE DO STF

A AGU também citou decisão recente do STF (Supremo Tribunal Federal), que responsabiliza plataformas digitais que, cientes de conteúdos ilícitos, deixam de removê-los em tempo razoável.

No caso de anúncios pagos ou redes artificiais de distribuição, a responsabilidade é presumida mesmo sem notificação prévia.

Pelo Código Penal, corromper, adulterar ou falsificar produto alimentício nocivo à saúde é crime, punido com quatro a oito anos de prisão e multa.

“A inércia na moderação desses conteúdos contraria as próprias políticas da plataforma, que proíbem a venda de produtos ilegais e materiais destinados à falsificação”, reforçou a AGU.

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