O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que deve-se esperar o que Jair Bolsonaro vai fazer em seu governo, mas advertiu que “qualquer tentativa autoritária, a isso é preciso colocar freio”.
Em entrevista ao jornal argentino “Clarín”, FHC foi indagado se Bolsonaro é um fascista. O ex-presidente disse que não. “O fascismo é algo organizado. Ele representa um autoritarismo que pode ter qualquer tipo de base ideológica”, explicou.
FHC disse que não se apresentaria novamente como candidato a presidente do Brasil porque é “um homem razoável e as pessoas razoáveis já não têm espaço num país polarizado”.
Ele disse que a polarização brasileira não se deve apenas a Bolsonaro, mas também à atitude do PT. “Eles sentenciavam que eram os bons e os demais, os maus. A mim, me acusavam de neoliberal, algo que nunca fui, mas era um modo de dizer que eu não servia”. Afirmou, ainda, que não gosta de ver Lula preso. “É ruim para ele e para o país, mas eu respeito a lei”.
O tucano criticou a proposta de Bolsonaro de mudança da embaixada do Brasil em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém. Para FHC, foi uma ação “precipitada” do presidente eleito. “A posição tradicional do Brasil e a minha é a favor do Estado de Israel e da Palestina. Por que adotar outra que pode ser entendida por uma parte como uma provocação?”, questionou.