Na ocasião, o presidente voltou a criticar os serviçais de plantão. “Quando o presidente Trump resolveu gritar com o Brasil, os vira-latas desse país queriam que eu rastejasse atrás do governo americano”, disse ele, sobre o embate com a arrogância da Casa Branca
O presidente Lula anunciou na quinta-feira (9), em Maragogipe (BA) a retomada de fortes investimentos na indústria naval do estado. O anúncio marcou o retorno das atividades do Estaleiro Enseada, a contratação de embarcações para controle de vazamentos em alto mar pela Petrobrás, a retomada da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e um investimento do Ministério de Portos e Aeroportos em novas embarcações.
“Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira”, disse Lula ao anunciar investimentos na Bahia. A cerimônia destacou projetos da Petrobrás, a retomada de atividades do Estaleiro Enseada e investimento de R$ 611,7 milhões do Governo do Brasil para a construção de balsas.
“É a segunda vez que eu volto à Presidência da República para dizer que é preciso retomar a indústria naval brasileira. E também voltei para dizer que a Petrobrás é mais do que uma empresa de petróleo, é uma empresa de energia. Já tentaram desmontá-la muitas vezes, quando não conseguiram privatizar a Petrobrás, eles foram desmontando e vendendo pedaços da empresa. E eu estou convencido que a Petrobrás ainda não deu tudo o que ela tem que dar ao povo brasileiro”, ressaltou o presidente.
Lula falou também sobre o enfrentamento que foi obrigado a fazer diante da arrogância e prepotência do governo norte-americano e criticou o comportamento serviçal dos bolsonaristas seus agregados. “Quando o presidente [Donald] Trump resolveu gritar com o Brasil, os vira-latas desse país queriam que eu rastejasse atrás do governo americano. Eu aprendi com uma mãe analfabeta: ‘não abaixe a cabeça nunca’. Se um pobre abaixa a cabeça, eles colocam uma cangalha e você nunca mais consegue levantar a cabeça”, disse.
Ao voltar a falar da retomada dos investimentos, Lula destacou que a paralisação das atividades do estaleiro gerou dificuldades para a população da região. E destacou a geração de emprego e renda viabilizada por esse e outros projetos detalhados durante o evento. “Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira. “Esse país é muito poderoso. Esse país tem um povo extraordinário e o que a gente tem que fazer é tentar extrair do povo aquilo que ele tem de bom”, disse Lula.
A Petrobrás anunciou o contrato de afretamento de seis novas embarcações do tipo ORSV (Oil Spill Response Vessel), especializadas em atividades de controle de vazamentos em alto-mar. A previsão é de quatro anos para a construção e 12 anos de operação em cada contrato. O evento marcou também o retorno das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) da Bahia, prevista para ocorrer até o final de 2025. Ao todo serão investidos mais R$ 2,6 bilhões no estado, por meio desses dois projetos, com geração de 5,4 mil empregos diretos e indiretos.
A estatal do petróleo retomou a licitação para contratação de serviços de operação e manutenção das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE), o que permite o reinício das atividades das duas plantas. A reativação é vista como estratégica para o agronegócio nacional. No momento, está em curso o processo de desmobilização, encerramento do contrato de arrendamento anterior e a mobilização de recursos para a retomada da operação.
O retorno à operação ocorrerá até o fim de 2025, possibilitando produção de amônia, ureia perolada e ARLA-32, utilizando contrato que ainda inclui a operação dos Terminais Marítimos de Amônia e Ureia no Porto de Aratu, em Candeias, na Bahia. Na Fafen Bahia, o investimento é de R$ 38 milhões e a estimativa é de que sejam gerados 750 empregos diretos. “Com a ANSA [Araucária Nitrogenados S.A., no Paraná] e as duas Fafens produzindo a plena carga, nós vamos ser capazes de fornecer 20% de todo o fertilizante nitrogenado que o Brasil consome e que hoje é importado. Parece pouco, mas não é. Vai estar tudo na praça a partir de janeiro do ano que vem”, afirmou a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard.