35,3% dos trabalhadores ganham um salário mínimo ou menos, diz Censo Demográfico de 2022

Salário dos brasileiros é muito baixo (Foto: José Paulo Lacerda/Agência CNI)

Em 2022, 35,3% dos trabalhadores recebiam apenas um salário mínimo ou menos, enquanto apenas 7,6% das pessoas ocupadas na época ganhavam mais de cinco salários mínimos, de acordo com dados preliminares do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última quinta-feira (9).

A faixa de renda com a maior concentração de pessoas naquele ano foi a de mais de 1 a 2 salários mínimos (32,7%), seguida daquela que continha mais de ½ a 1 salário mínimo (com 24,2%). A pesquisa foi realizada entre 25 e 31 de julho de 2022. Naquela época, o piso salarial estava fixado em R$ 1.212. Foram consideradas ocupadas as pessoas de 14 anos ou mais que, no período, trabalharam ao menos uma hora ou estavam temporariamente afastadas de uma atividade remunerada.

Quando considerado a distribuição da população por classes de rendimento em salários-mínimos, verificou-se que 13,3% da população brasileira possuía rendimento mensal domiciliar per capita médio de até ¼ do piso salarial, em 2022.   

O levantamento considera o rendimento de todas as fontes, isso inclui: os rendimentos de todos os trabalhos e os ganhos com outras fontes de renda, como aposentadoria, pensão, benefícios de programas sociais do governo, rendimentos de aluguel ou arrendamento e outras origens.

Em 2022, cerca de 75,5% do rendimento mensal domiciliar total do país provinha do rendimento de todos os trabalhos, enquanto as outras fontes originavam os 24,5% restantes.

O IBGE destaca que “em 2022, o rendimento mensal de todos os trabalhos dos homens (R$ 3.115) superou em 24,3% o das mulheres (R$ 2.506). Já o recorte por cor ou raça mostrou resultados mais elevados para as categorias amarela (R$ 5.942) e branca (R$ 3.659), situadas bem acima da média nacional (R$ 2.851). Em seguida, vinham as categorias de cor ou raça parda (R$ 2.186), preta (R$ 2.061) e indígena (R$ 1.683)”. afirmou instituto em nota.

A pesquisa também aponta que a diferenciação dos rendimentos do trabalho é bastante expressiva também quando consideradas as regiões do país. Considerando o rendimento nominal médio mensal de todos os trabalhos, em 2022, as pessoas ocupadas nas Regiões Norte (R$ 2.238) e Nordeste (R$ 2.015) recebiam, respectivamente, 78,5% e 70,7% do correspondente à média nacional (R$ 2.851).

Por outro lado, a Região Centro-Oeste superou em 16,7% a média nacional e alcançou o maior rendimento nominal médio de todos os trabalhos, com R$ 3.292.  Já as Regiões Sudeste (R$ 3.154) e Sul (R$ 3.190) tiveram resultados superiores à média nacional.

Das 27 Unidades da Federação (UFs), apenas 9 destas tinham rendimentos médios acima de R$ 2.851. As três UFs que tinham os menores rendimentos médios de trabalho estavam situadas na Região Nordeste: Maranhão (R$ 1.855), Piauí (R$ 1.905) e Bahia (R$ 1.944). Por outro lado, as Unidades da Federação que registraram os maiores rendimentos médios foram Distrito Federal (R$ 4.715), São Paulo (R$ 3.460) e Santa Catarina (R$ 3.391).

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