Governo demite aliados de deputados que votaram contra taxar bets e ricaços

Partidos que só votavam contra o governo ocupavam mais de 300 cargos (Foto: Kayo Magalhães - Câmara dos Deputados)

O governo Lula começou a demitir de cargos comissionados federais pessoas que foram indicadas por 251 deputados que votaram contra a Medida Provisória que taxava as “bets”, os “super-ricos” e as fintechs.

Foram demitidos funcionários do Ministério da Agricultura, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Caixa Econômica Federal.

O governo Lula anuncia o movimento como uma reorganização da base aliada, uma vez que o Congresso passou por votações estratégicas para a gestão federal e os deputados puderam se posicionar a favor ou contra os posicionamentos do governo.

O União Brasil e o PP, por exemplo, optaram por abandonar o governo federal e determinaram que seus filiados deixassem cargos na gestão.

A votação da MP 1.303 está sendo tomada como base para a avaliação das demissões. A MP aumentava as taxas sobre rendimentos de aplicações financeiras e sobre as casas de apostas online, as chamadas “bets”, assim como aumentava a Contribuição Social sobre Lucro Líquido de fintechs.

A Medida Provisória foi rejeitada por 251 deputados e teve o voto favorável de 193.

Um levantamento feito pelo UOL mostra que o governo Lula tinha cerca de 380 funcionários comissionados, filiados a partidos do chamado “centrão” até o começo das demissões.

O União Brasil era o partido deste grupo com mais participação no governo federal, tendo 119 cargos. Eram 18 cargos no Ministério da Integração Nacional, 10 na Presidência e 9 na Advocacia-Geral da União (AGU), entre outros.

O PP também contava com 48 filiados dentro do governo Lula, sendo 7 no Ministério dos Esportes, dirigido por André Fufuca (PP-MA), que foi afastado pela legenda por se posicionar ao lado de Lula. Há também 6 cargos na AGU, 5 no Ministério da Saúde, 5 no Ministério da Integração e 4 no Ministério da Gestão e Inovação.

O MDB tem 112 cargos, o PSD tem 63 cargos e o Republicanos tem 36 filiados participando do governo Lula.

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