Ataques dos EUA resultam da ganância por petróleo da região, denuncia presidente da Colômbia

Gustavo Petro (Raul Arboleda/AFP)

Gustavo Petro, afirmou que a mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe não visa combater o narcotráfico, como afirma Donald Trump, mas sim confiscar o petróleo da região

“Ao abordar a questão no Mar do Caribe, que nada tem a ver com o fentanil, o que os EUA estão dizendo é que querem o petróleo da Venezuela e da Guiana”, assinalou o presidente, no sábado (18), horas antes de acusar Washington de “violar a soberania nacional de seu país” ao atacar um barco em águas colombianas que, segundo Trump, transportaria drogas com destino a solo norte-americano.

“Autoridades do governo dos EUA cometeram assassinato e violaram nossa soberania em águas territoriais”, declarou ainda Petro, indicando que o navio colombiano tinha um sinal de socorro ligado porque um motor estava quebrado. “Aguardamos explicações do governo dos EUA”, enfatizou.

“O barco atacado em 16 de setembro como parte da suposta estratégia de Washington para combater o narcotráfico no Caribe era colombiano, tinha um motor quebrado, sinais de danos, e estava desligado. Presume-se que estivesse em águas colombianas. A pessoa ali era um pescador de longa data: Alejandro Carranza, que não voltou para casa”, informou.

Ele frisou que “a ganância pelo petróleo está por trás dos mísseis” que os EUA lançaram contra diversas pequenas embarcações no Caribe e afirmou que “há jovens pescadores que deixaram suas casas em Santa Marta e não retornaram”.

Por isso, ele solicitou à Procuradoria-Geral da Colômbia que “aja imediatamente” para proteger as famílias das vítimas e, se desejarem, as associe às vítimas de Trinidad e Tobago para iniciar processos judiciais em todo o mundo e nos tribunais dos EUA.

MOBILIZAÇÃO MILITAR DOS EUA AFETA TODA A REGIÃO ALERTA VENEZUELA

O representante permanente da Venezuela  na ONU, Samuel Moncada, já havia classificado o bombardeio de “uma pequena embarcação, em situação estacionária no Mar do Caribe, a poucas milhas da costa venezuelana”, incidente, confirmado por Trump e que resultou em seis mortes, como “uma série de execuções extrajudiciais contra civis”, sem provas de qualquer delito.

Informando sobre a carta que havia encaminhado ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao presidente do Conselho de Segurança, o embaixador russo Vassily Nebenzia, Moncada destacou que “dados recentes, de domínio público e midiático, mostraram que algumas das vítimas  foram reconhecidas por suas famílias e governos como cidadãos da Colômbia e de Trinidad e Tobago que estavam exercendo atividades de pesca “, o que confirma que a mobilização militar dos EUA “afeta toda a região” e “não é uma questão exclusivamente venezuelana”.

Durante uma reunião extraordinária de chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada no início do mês de setembro e convocada pela presidência pro-tempore da Colômbia, a denúncia exigiu uma resposta regional imediata.

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