Brasil rejeita no Mercosul elogio a prêmio para golpista venezuelana

Tentativa de Javier Milei (presidente da Argentina) de desvirtuar o Mercosul foi sustada (Foto: Divulgação)

Uruguai, Bolívia, membros do Mercosul, e Chile, Panamá e Peru, que participam do Foro, também não endossaram a proposta. Apenas Argentina, Paraguai e Colômbia apoiaram

O Brasil recusou assinar e barrou a proposta da Argentina de incluir em ata de uma reunião do Mercosul uma saudação à entrega do Nobel da Paz para a golpista venezuelana María Corina, que defende a submissão da Venezuela aos Estados Unidos.

O representante da Argentina propôs que fosse colocado na ata da reunião do Foro de Consulta e Concertação Política do Mercosul, realizada na sexta-feira (10), em Brasília, um texto saudando a premiação e exaltando María Corina por defender a democracia na Venezuela.

A movimentação só foi acompanhada pela Colômbia e Paraguai, que “saudaram a entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2025 a María Corina Machado por sua incansável defesa da democracia e das liberdades fundamentais”. O que, por sinal, não é verdade. Corina defende golpe e democracia para ela e sua trupe e autoritarismo contra o povo venezuelano. Ela agradeceu o prêmio a Donald Trump. María Corina foi indicada ao Nobel por Marco Rubio, secretário estado de Trump.

Ela participou do fracassado golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez em 2002. A golpista apoiou fortemente o assassinato em massa de palestinos em Gaza e pediu ao ditador de Israel, Benjamin Netanyahu, para ajudar a Venezuela com bombas.

Os outros participantes da reunião do Mercosul, como Uruguai e Bolívia, que são membros do Mercosul, e Chile, Panamá e Peru, que participam do Foro, não endossaram a proposta.

O Nobel da Paz foi dado a María Corina no mesmo dia em que a reunião do Mercosul foi realizada.

O governo Lula não se posicionou oficialmente sobre a premiação dada a María Corina. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, “o Brasil, assim como a maioria das delegações não dispunha de instruções, em um curto espaço de tempo, para verificar se estaria em condições, ou não, de apoiar a sugestão da Argentina. Nesse contexto, apenas três delegações se somaram àquela proposta argentina”.

María Corina é opositora do governo de Nicolás Maduro e trabalha em prol dos interesses dos Estados Unidos na região.

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