“Que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil”, diz Lula

Encontro com estudantes de cursinhos (Foto: Ricardo Stuckert - PR)

Declaração acontece após o presidente enfrentar Trump e defender a soberania do Brasil, enquanto bolsonaristas queriam submissão aos EUA. Trump recua e inicia negociações

O presidente Lula afirmou, no sábado (18), que não aceita que um presidente de outro país “ouse falar grosso com o Brasil”. A declaração foi dada em meio às negociações com os Estados Unidos para que as taxas de 50% sobre os produtos brasileiros sejam retiradas.

“Queremos formar uma doutrina latino-americana com professores e estudantes do nosso continente. Sonhar com um dia em que este continente será independente”, disse Lula.

“Que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil porque a gente não vai aceitar. É uma questão de coragem, é uma questão de dignidade e caráter”, continuou.

O governo dos Estados Unidos recuou e iniciou as tratativas com o Brasil sobre as tarifas de 50% que foram impostas.

Inicialmente, Donald Trump tentou “falar grosso” e interferir na Justiça brasileira, buscando impedir a condenação de Jair Bolsonaro. Seu governo ignorou diversas tentativas do Brasil de abrir negociações.

Foi somente depois da Assembleia-Geral da ONU que Donald Trump aceitou começar as negociações. Ele e Lula já conversaram por telefone, assim como o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, se reuniram para desgosto dos golpistas e traidores do Brasil, Bolsonaro e seu filho Eduardo.

IMPUNIDADE

Em evento em São Bernardo do Campo, em São Paulo, o presidente disse aos jovens presentes que “não desistam” quando acharem que “a classe política não representa vocês” ou tenta aprovar leis que tragam impunidade.

“Se a classe política estiver querendo aprovar uma lei que garanta a impunidade de ladrão, ainda assim não desistam. Entrem na política, porque o político bom está dentro de vocês, não está dentro deles”, disse.

A aprovação na Câmara dos Deputados da PEC da blindagem, que protegia parlamentares que cometeram crimes, levou às ruas milhares de pessoas em todo o país no mês de setembro. A mobilização resultou na rejeição, no Senado, da proposta.

Agora, tramita na Câmara o projeto de lei (PL) da anistia aos golpistas, travestido de “dosimetria”, relatado pelo deputado Paulinho da Força (SP).

“Quando vocês perceberem que a classe política não representa vocês, pelo amor de Deus, não desanimem. Entrem na política, porque é lá que a mudança precisa acontecer”, falou Lula.

INVESTIMENTO

No evento, o presidente anunciou um investimento de 108 milhões de reais para financiar até 500 cursinhos populares em 2026. O programa faz parte da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP) e tem como foco ampliar o acesso de estudantes de baixa renda à educação superior.

O anúncio foi feito durante um aulão preparatório para o Enem, que reuniu estudantes e professores. Participaram também da solenidade o ministro da Educação, Camilo Santana, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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