China expulsa militares do alto escalão do Partido Comunista e do exército em campanha anticorrupção

O Ministério da Defesa da China anunciou na sexta-feira, 17, que 2 dos militares chineses da mais alta hierarquia estão expulsos do Partido Comunista da China e das Forças Armadas por prática de corrupção.

O general He Weidong, vice-presidente da Comissão Militar Central (CMC) e membro do Politburo, foi expulso do Partido Comunista do país e das forças armadas e segue a investigação por corrupção.

A CMC está no topo da cadeia militar na China e é dirigida pelo presidente chinês, Xi jinping. O Politburo é o órgão executivo do Partido Comunista da China, um grupo de 24 membros selecionados pelo Comitê Central que decidem e implementam a agenda econômica, política e social do partido, e também sob direção do presidente chinês.

O general He também é o primeiro membro do Politburo a estar sob investigação por corrupção e o terceiro membro da CMC a ser removido do posto desde que, em sua formação mais recente, assumiu o cargo em 2022.

Outro expulso por corrupção, Miao Hua, está sob investigação desde novembro do ano passado. Ele era almirante da Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês e atuou como diretor do Departamento de Trabalho Político da Comissão Militar Central chinesa até junho desse ano.

Outros sete alto oficiais militares foram citados no anúncio do Ministério da Defesa chinês. As expulsões ocorrem a poucos dias da Quarta Sessão Plenária do Comitê Central do Partido Comunista que definirá as políticas para o desenvolvimento da China para os próximos 5 anos e é composto por mais de 200 altos funcionários, é esperado que mais decisões de expulsão de membros do Comitê Central sejam tomadas nessa reunião.

“Após investigação, foi determinado que esses nove indivíduos violaram gravemente a disciplina partidária e cometeram crimes graves relacionados ao dever. Os valores envolvidos são particularmente grandes, a natureza das ofensas extremamente severa e o impacto é excepcionalmente negativo”, comunicou o porta-voz do Ministério da Defesa da China, o coronel sênior Zhang Xiaogang na sexta-feira.

Em 2012, o governo chinês anunciou uma campanha maciça contra a corrupção e a implementação de um novo código de conduta para seus oficiais, visando a limpeza contra a má conduta dentro das fileiras do partido e o reforço da união partidária. Em 2023, mais de 2,3 milhões de oficiais do governo da China foram processados por corrupção.