O PIB da China cresceu 5,2% em relação ao ano anterior nos primeiros nove meses deste ano, atingindo 101,5 trilhões de yuans (US$ 14,2 trilhões), mostrando que a economia chinesa resistiu à pressão externa e manteve uma tendência de crescimento constante, mostrando forte resiliência e vitalidade, destacou a agência de notícias Xinhua, conforme os números divulgados pelo Escritório Nacional de Estatística (ENE).
No terceiro trimestre, entre julho e setembro, o crescimento foi de 4,8%; antecedido por 5,2% no segundo trimestre e 5,4% no primeiro, na comparação com igual período do ano passado.
Como observou um porta-voz do ENE, respondendo a perguntas dos jornalistas, esse crescimento de 4,8%, apesar de certa desaceleração sobre o trimestre anterior, foi alcançado sob “um ambiente externo complexo e severo” – uma forma diplomática de se referir ao tarifaço de Trump e à desorganização das cadeias globais de fornecimento -, além da necessidade de “ajustes estruturais internos”.
Quadro que impactou a ordem econômica e comercial global, com o unilateralismo tornando cada vez mais instável e incerto o crescimento do comércio internacional, que foi medíocre.
Assim, a taxa de crescimento de 4,8% da China permanece significativamente superior à da maioria das grandes economias, um feito notável para uma economia desse tamanho.
Ao mesmo tempo, observou o porta-voz, o país está em um período crítico de reestruturação econômica e transição dos antigos para os novos motores de crescimento. Mas, superando os desafios, a economia chinesa tem crescido e prosperado consistentemente.
META DE 5% DE CRESCIMENTO EM 2025 AO ALCANCE
Ao traçar sua análise sobre o desempenho dos três primeiros trimestres, o ENE buscou enfatizar que a China está no rumo para alcançar o objetivo proposto pelo presidente Xi Jiping, de crescimento de 5% para 2025.
De janeiro a setembro, o valor agregado das empresas industriais aumentou 6,2% em relação ao ano anterior. O valor agregado da indústria de fabricação de equipamentos cresceu 9,7%, enquanto o setor de manufatura de alta tecnologia aumentou 9,6%, superando o crescimento geral das empresas industriais acima do tamanho designado em 3,5 e 3,4 pontos percentuais, respectivamente.
Em relação à qualidade do desenvolvimento, a tendência de transformação e modernização econômica continua. E no terceiro trimestre, a taxa de crescimento anual da manufatura de alta tecnologia acima de um determinado tamanho foi significativamente superior à de todo o setor industrial.
Já a produção de veículos de nova energia, robôs industriais e equipamentos de impressão 3D – os novos motores do crescimento – aumentou respectivamente 29,7%, 29,8% e 40,5% ano sobre ano, de acordo com o órgão.
O valor agregado dos serviços de transmissão de informações, software e tecnologia da informação aumentou 11,7%, acelerando 1,7 ponto percentual em relação ao ano anterior.
Nos primeiros nove meses, as vendas totais no varejo de bens de consumo atingiram 36,5 trilhões de yuans, marcando um aumento anual de 4,5%. Deles, as vendas no varejo online totalizaram 11,2 trilhões de yuans, um aumento de 9,8% em relação ao ano anterior.
A política especial de troca do governo para bens de consumo de grande valor mostrou resultados positivos, com as vendas no varejo de eletrodomésticos e equipamentos audiovisuais, móveis, equipamentos de comunicação e material cultural e de escritório crescendo 25,3%, 21,3%, 20,5% e 19,9%, respectivamente.
A produção de serviços cresceu para cerca de 59,3 trilhões de yuans de janeiro a setembro, respondendo por 58,4% do PIB, 0,8 ponto percentual acima do mesmo período do ano passado.
Nos três primeiros trimestres, o investimento nacional em ativos fixos atingiu 37,1 trilhões de yuans, queda de 0,5% em relação ao ano anterior. Mas, excluindo o investimento em desenvolvimento imobiliário – setor notoriamente em dificuldades -, o investimento em ativos fixos expandiu 3,0%, disse o ENE.
Ainda segundo o órgão, o rendimento disponível per capita da China atingiu 32.509 yuans durante o período de janeiro a setembro, marcando um aumento anual de 5,2% após a dedução dos fatores de preço. A taxa média de desemprego urbano pesquisada na China ficou em 5,2% nesse período.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES CRESCEM 6% NO TERCEIRO TRIMESTRE
Em relação à balança de pagamentos, o saldo geral permanece equilibrado, segundo o ENE. As importações e exportações totais de bens aumentaram 6,0% em relação ao ano anterior no terceiro trimestre, e as reservas cambiais aumentaram por dois meses consecutivos.
Resultado que reflete a postura serena e firme da China frente aos arroubos do tarifaço de Trump, primeiro forçando-o a recuar do patamar de 145%, e depois respondendo, espelhadamente, como o controle das terras raras em contrapartida ao bloqueio aos chips e equipamentos para fabricação de chips.
De uma perspectiva global, a taxa de crescimento de 5,2% está entre as mais altas entre todas as principais economias, tornando a China o motor mais estável e confiável do crescimento econômico global, destacou. E, ele não citou, mas é verdade, muito mais alta que as dos países europeus ou dos EUA.
O desenvolvimento estável de longo prazo da economia chinesa é sustentado por uma profunda lógica interna, resultante “da interação sinérgica e da integração sistêmica de múltiplos fatores, incluindo vantagens institucionais, pontos fortes do lado da oferta, potencial do lado da demanda e vantagens de talento, que se combinam para formar uma poderosa força combinada,” disse o porta-voz.
“VASTO OCEANO, NÃO UM PEQUENO LAGO”
A economia chinesa é como “um vasto oceano, não um pequeno lago, capaz de resistir a tempestades”, disse o porta-voz.
“Embora reconheçamos plenamente essas conquistas, também devemos reconhecer que as incertezas e instabilidades externas permanecem significativas, o comércio global e o crescimento econômico enfrentam grandes desafios, as contradições estruturais domésticas em algumas áreas ainda são evidentes e algumas empresas continuam a enfrentar dificuldades operacionais”, acrescentou.
Para o porta-voz, na próxima etapa, “é essencial expandir persistentemente a demanda doméstica e fortalecer o ciclo econômico doméstico, estimular ainda mais a vitalidade do mercado, aumentar as expectativas de desenvolvimento e aumentar continuamente o impulso de crescimento endógeno para promover o desenvolvimento econômico saudável”.
Enquanto o ENE apresentava esses resultados, em Pequim está em andamento, entre 20 e 23 de outubro, a quarta sessão plenária do 20º Comitê Central do PCCh, para avaliação dos resultados do 14º Plano Quinquenal e para definir as metas do próximo, o 15º, com o planejamento estatal sendo fator primordial no desenvolvimento da China e de seu socialismo com características chinesas.