Petrobrás na Margem Equatorial pode levar desenvolvimento a regiões menos favorecidas, diz Magda

Magda Chambriard, presidente da Petrobrás. Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Presidente da estatal diz que, particularmente, “está otimista”. “Estamos oferecendo o maior plano de emergência individual já visto no planeta para esse tipo de projeto. A Petrobrás está confortável porque está ofertando algo bom para o país”

A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, afirmou que a licença concedida pelo Ibama para estatal realizar a pesquisa exploratória na Margem Equatorial, “pode levar desenvolvimento a partes do Brasil historicamente menos favorecidas”.

“O pré-sal é altamente concentrado no Sudeste do Brasil. O Sistema Interligado de Energia também é basicamente Sudeste e Centro-Oeste. E onde acontece pouca coisa? No Norte, no Nordeste e no Sul. Então, decidimos licitar áreas nessas regiões, para descentralizar os investimentos exploratórios e levar desenvolvimento a partes do Brasil historicamente menos favorecidas”, declarou em entrevista ao blog de Míriam Leitão no O Globo. 

Segundo Chambriard, ainda há um longo caminho a ser trilhado entre pesquisa e a confirmação “se teremos algo relevante para o Brasil” para produção na área. Os estudos indicam que sim, disse a presidente da estatal, enfatizando que está otimista.

“Mapeamos, em 2013, uma oportunidade exploratória relevante no Amapá. Se isso vai resultar numa descoberta ou numa descoberta comercial é outra conversa “, declarou Chambriard. “Gosto de dizer o seguinte: quem descobre o petróleo é a broca. Todos os outros métodos são indiretos. Só para ter uma ideia, a Bacia de Campos foi descoberta no nono poço pioneiro”, comentou.

“O RJS-9A é que descobriu a Bacia de Campos. Antes disso, haviam sido perfurados outros oito poços secos. Isso aí é uma busca de uma agulha num palheiro”, destacou. “Significa que eu estou perfurando um poço que eu posso achar e depois ter que delimitar pra saber se é grande o suficiente que mereça ser produzido ou não”.

“Na verdade, o que estamos fazendo é pesquisa. E essa pesquisa progressiva é que vai levar à conclusão de se teremos ou não algo relevante para o Brasil. Os estudos que temos desde aquela época indicam que sim. Mas, de novo, há uma série de premissas que podem ou não se confirmar. O risco exploratório é sempre muito alto. Particularmente, eu estou otimista”, completou.

No início desta semana, a Petrobrás divulgou que o instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), após um longo processo, liberou a licença ambiental para a perfuração de um poço no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas do Amapá, a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa.

Na entrevista, Magda Chambriard ressaltou que “a Petrobras defende uma transição energética justa, que caminhe junto com as necessidades de desenvolvimento de uma sociedade que quer viver bem, mas sem destruir o planeta”. Nesse sentido, a engenheira química afirmou que o “embate com o Ibama foi muito proveitoso. Talvez mais complicado do que a gente gostaria, mas muito positivo. Conseguimos chegar a um ponto que desse conforto para nós e para eles”.

“Estamos oferecendo o maior plano de emergência individual já visto no planeta para esse tipo de projeto. A Petrobrás está confortável porque está ofertando algo bom para o país e, ao mesmo tempo, atuando com responsabilidade. É o que a gente chama de sinergia: desenvolver e cuidar ao mesmo tempo”, ressaltou.

Em caso de confirmada a reserva petrolífera no Amapá, a presidente da Petrobrás disse que a estatal “terá que desenvolver um projeto muito robusto”.

“Como tudo o que estamos fazendo lá. É preciso pensar em como escoar, onde instalar as bases de apoio, onde ancorar navios e aeronaves, além de planejar o apoio marítimo e logístico. Estamos falando de um processo que pode durar de sete a dez anos, se tudo der certo”, disse.

“Vamos saber o que tem nesse poço lá para março. Não sabemos se será uma descoberta ou não. Se for, outros poços ao redor começam a delimitar a área, e o processo acelera. Podemos delimitar uma descoberta em cerca de um ano, um ano e meio, se a licença chegar. Mas, se esse poço não for uma descoberta, teremos de continuar perfurando. E o prazo total passa a ser contado a partir de uma nova descoberta”.

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