Eduardo sabe dos seus crimes e tenta fugir da Justiça, afirma Moraes

Eduardo Bolsonaro trai o Brasil em conspiração com o governo norte-americano (Foto: Reprodução - Redes sociais)

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, rejeita pedido de notificar o filho “03” por carta rogatória feito pela Defensoria da União e mantém tramitação do processo por coação

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou na quarta-feira (22), o pedido da Defensoria Pública da União para que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fosse notificado por carta rogatória no processo em que é acusado de coação no curso das investigações sobre a trama golpista.

A DPU havia alegado que não tinha contato com o parlamentar, o que inviabilizaria a elaboração da defesa técnica do indiciado.

“Na prática, está-se a atribuir à DPU a elaboração de defesa meramente formal, que não surge do contato com o denunciado e, portanto, não constitui verdadeira defesa”, argumentou a instituição.

O QUE É CARTA ROGATÓRIA

Trata-se de instrumento jurídico de cooperação internacional, utilizado para comunicar atos processuais a pessoas que estão em outro país.

O pedido precisa ser aprovado pelo Supremo e aceito pela Justiça estrangeira, o que costuma demorar meses devido à tramitação diplomática e à tradução de documentos.

Moraes, no entanto, entendeu que o deputado deixou o Brasil voluntariamente para se furtar à Justiça e que o uso da carta rogatória seria indevido.

“É inequívoca a ciência, por parte do denunciado, acerca das condutas que lhe são imputadas. Sua saída do país demonstra a intenção de evadir-se de possível responsabilização judicial”, escreveu o ministro.

DENÚNCIA POR COAÇÃO

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra Eduardo Bolsonaro, em 22 de setembro, por coação em processo judicial.

O órgão sustenta que o deputado atuou para intimidar ministros do Supremo e interferir no julgamento que resultou na condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Segundo a PGR, Eduardo buscou apoio no governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, com o objetivo de pressionar o STF por meio de sanções ao Brasil e represálias a autoridades do Judiciário.

MORAES VÊ TENTATIVA DE OBSTRUÇÃO

O ministro afirmou que a conduta do deputado reforça a tentativa de obstrução da Justiça, ao deixar o País justamente durante o avanço das investigações.

Moraes ressaltou que Eduardo tem plena ciência das acusações, o que dispensa qualquer notificação internacional.

PRÓXIMOS PASSOS DO PROCESSO

Com a decisão, o processo segue sem suspensão de prazos e continuará tramitando no Supremo Tribunal Federal.

A PGR deve ser notificada para se manifestar sobre a defesa prévia e sobre eventuais medidas cautelares.

Caso a denúncia seja aceita, Eduardo Bolsonaro se tornará réu formalmente e o STF poderá determinar novas diligências e eventuais medidas restritivas, como bloqueio de bens ou decretação de prisão preventiva, dependendo do andamento do caso.

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