Dino determina que Estados e municípios adotem transparência nas emendas

Ministro do STF, Flávio Dino (Foto: Victor Piemonte - STF)

Ministro do STF quer que Estados e prefeituras adotem regras para rastrear gastos de deputados e vereadores a partir de 2026

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quinta-feira (23), que Estados, Distrito Federal e municípios terão de adotar critérios de transparência e rastreabilidade na execução das emendas parlamentares indicadas por deputados estaduais e vereadores.

Em síntese, a decisão do ministro tem por objetivo ampliar o controle sobre verbas públicas – agora também em níveis dos Estados e municípios.

Segundo a decisão, a liberação de recursos dessas emendas a partir de 2026 ficará condicionada à adaptação dos sistemas locais de controle e divulgação.

A medida amplia para o plano subnacional — Estados e municípios — as exigências de clareza já aplicadas ao governo federal, após o fim do chamado “orçamento secreto”, em 2023.

TRIBUNAIS DE CONTAS

Flávio Dino é relator das ações que discutem a execução das emendas parlamentares. Ele determinou que os tribunais de contas dos Estados, municípios e do Distrito Federal deverão criar modelo unificado de fiscalização.

De acordo com o ministro, a falta de regras padronizadas abre brechas para a opacidade e o mau uso de recursos. “Não faz sentido que o dever de identificar os beneficiários finais dos recursos públicos se limite ao plano federal”, afirmou Dino.

BAIXA TRANSPARÊNCIA

O levantamento do gabinete do ministro mostrou que apenas 3 das 27 unidades da Federação divulgam de forma completa as informações sobre as emendas estaduais — índice considerado “inaceitável” pelo STF.

“Isso permitiria que vícios, opacidade e fragmentação do controle social persistissem nos níveis estadual e municipal. Teríamos uma transparência seletiva, o que é incompatível com a Constituição”, escreveu Dino na decisão.

FIM DA ASSIMETRIA

O ministro também advertiu que a ausência de critérios equivalentes para as esferas subnacionais cria assimetria entre União, Estados e municípios, com exigências mais rígidas sobre os recursos federais e mais brandas sobre os tributos regionais.

“É algo que nos chama a atenção e, obviamente, é intolerável, na perspectiva constitucional”, afirmou.

IMPACTO PRÁTICO

Com a determinação, Estados e prefeituras terão até 2026 para ajustar seus sistemas de transparência e controle das emendas.


O cumprimento será fiscalizado pelos tribunais de contas, sob orientação do STF.

A medida, segundo a Corte, busca evitar a volta de práticas obscuras semelhantes às do antigo “orçamento secreto”, agora em nível estadual e municipal.

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