OAB repudia ofensas de bolsonarista contra advogada na CPI do INSS

Deputado José Medeiros (PL-MT) ataca a advogada na CPMI do INSS (Foto: Carlos Moura - Agência Senado)

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) denunciou os ataques contra advogados feitos pelos bolsonaristas na CPMI do INSS e disse que “quando um advogado é atacado ao realizar seu trabalho, toda a justiça é atacada”.

Na quinta-feira (23), em sessão da CPMI do INSS, o deputado bolsonarista José Medeiros (PL-MT) chamou Izabella Borges de “advogada de porta de cadeia” e “advogada de quadrilha”. Quando a advogada tentou responder, Medeiros a mandou “calar a boca” e que ficasse “no seu lugar”.

Para a OAB, “as agressões dirigidas à Dra. Izabella ultrapassam o campo do debate institucional e configuram ofensas diretas à advocacia e às prerrogativas profissionais asseguradas pela Constituição Federal”.

“Quando uma advogada é desrespeitada, toda a advocacia é desrespeitada — sobretudo quando esse desrespeito se dá sob a forma de ataques misóginos e machistas, que buscam silenciar vozes femininas no espaço público”, disse a entidade em nota.

A empresária Thaisa Hoffmann Jonasson prestava depoimento na CPMI do INSS, mas optou por ficar em silêncio. Por conta disso, José Medeiros começou a atacar sua advogada.

A OAB nacional “não aceita o desrespeito com que têm sido tratados os profissionais da advocacia que atuam na CPMI do INSS”.

“A violência é diária, rompendo com algo que é inegociável para a advocacia brasileira: a defesa das nossas prerrogativas, garantidas por lei. Pois assim como os deputados têm direito de fala, os advogados também têm”, continuou a organização de advogados.

A OAB informou que “está tomando todas as providências junto às esferas judiciais e ao Congresso para cessar imediatamente com esses abusos. Não vamos tolerar mais nenhum episódio que atente contra o direito sagrado de exercemos a nossa atividade!”.

A CPMI do INSS foi criada por iniciativa de parlamentares bolsonaristas para tentar colar o desvio nos pagamentos para aposentados e pensionistas no governo Lula. O esquema criminoso, no entanto, existia desde gestões anteriores e ganhou fôlego por medidas do governo Bolsonaro que o favoreceram.

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