Além das conhecidas obras de arte retratando a vida coletiva da União Soviética, há ainda porcelanas decorativas, produções têxteis e objetos do dia a dia revelando como a criatividade e o senso de propósito estavam presentes em todos os aspectos da vida social
O Museu de Artes Decorativas de Toda a Rússia inaugurou, em Moscou, uma exposição que apresenta obras de sua coleção da era soviética, raramente vistas, que capturam o espírito daquele momento histórico.
A mostra “Realismo Socialista: O Estilo de uma Grande Era”, em exibição até 30 de novembro, reúne obras que mostram como os artistas soviéticos retrataram as conquistas e aspirações de sua época. O estilo, que moldou a arte soviética a partir da década de 1930, unia as pessoas e as inspirava à realização e a uma visão compartilhada de um novo mundo.
Os visitantes assistem obras que refletem os temas-chave da época: heroísmo, coletivismo, desafios para conquistar o desenvolvimento industrial e a beleza da vida cotidiana. Porcelanas decorativas, têxteis e objetos do dia a dia convivem com obras de arte monumentais, revelando como a criatividade e o senso de propósito estavam presentes em todos os aspectos da vida soviética.
OBRAS QUE CONSTITUEM O LEGADO SOVIÉTICO
Ao comentar o interesse do público pela exposição, a diretora do museu, Tatyana Rybkina, afirmou: “Talvez haja uma necessidade de reviver esse sentimento de orgulho, criatividade compartilhada e a sensação de que somos um grande povo russo multinacional, capaz de tudo”.
“Essas pinturas de artistas de primeira linha incluem Nalbandyan, Gerasimov e Salakhov. São obras verdadeiramente de altíssimo nível do movimento Realismo Socialista. A alegria do trabalho, a alegria e a vitória no espaço, nos céus límpidos, culimnando com a vitória na Grande Guerra Patriótica. Esses são temas principais que, ao entrar no salão, você percebe que se trata da construção de ferrovias, do desenvolvimento da indústria, dos quais nos beneficiamos hoje e nos orgulhamos. Portanto, ao percorrer o salão, você pode ver coisas das quais se orgulhar e o que constitui o legado soviético. Acho que isso inspirará um senso de dignidade em todos os russos”, assinalou.
A exposição marca a primeira etapa de um projeto de longo prazo para apresentar a extensa coleção de arte decorativa soviética do museu, grande parte da qual raramente foi exibida. Ela revela como os artistas usaram cor, forma e habilidade artesanal para incorporar o sonho coletivo de progresso e a fé na construção de um novo mundo.
ARTE SOVIÉTICA DESPERTA NOSTALGIA E CURIOSIDADE
Os organizadores afirmam que a arte soviética está agora desfrutando de uma atenção renovada, despertando nostalgia nos visitantes mais velhos e curiosidade nos mais jovens. Para muitos, a exposição oferece não só um vislumbre de um estilo cultural marcante, mas também do sentido partilhado de propósito que outrora moldou uma época.
A exposição está localizada no maior salão do amplo museu já que a apresentação exigiu a exibição de objetos de grande escala, característicos das tradições do Realismo Socialista.
Os visitantes poderão ver um total de 98 peças: uma galeria de esculturas de retratos em cerâmica, composições originais em vidro e vasos decorativos de I.G. Frikh-Khar, M.M. Taraev e outros importantes ceramistas soviéticos. Pela primeira vez, o museu apresenta obras de arte gráfica de sua coleção como trabalhos de O. Komov, V. Tsigal e outros artistas.











