Aneel mantém usuários de energia esfolados com bandeira vermelha 1

Energia é o item mais inflacionário nas contas do consumidor (Foto: Marcelo Casal Jr - Agência Brasil)

Decisão para novembro encarece as contas de energia dos consumidores, ao adicionar um custo de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou na sexta-feira (31), que manterá em vigor no mês de novembro a bandeira vermelha patamar 1 – que encarece as contas de energia dos consumidores, ao adicionar um custo de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Na última semana de outubro, houve aumento no volume de chuvas no país e as projeções são de continuidade desta condição em novembro, em diversas regiões do Brasil.

Porém, a Aneel segue avaliando que “o cenário segue desfavorável para a geração hidrelétrica, devido ao volume de chuvas abaixo da média e à redução nos níveis dos reservatórios. Dessa forma, para garantir o fornecimento de energia é necessário acionar usinas termelétricas, que têm custo mais elevado, justificando a manutenção da bandeira vermelha patamar 1”, diz trecho do comunicado.

Nos meses de agosto e setembro o país operou sob a bandeira vermelha 2, o nível tarifário máximo. Este mecanismo de bandeiras tarifárias (verde, amarelo e vermelho), instituído em 2015 com o objetivo ilusório de promover o consumo consciente durante os períodos de escassez de chuvas, tem se tornado um fardo para a população brasileira.

Os aumentos das tarifas pressionam os custos de lares e empresas, que, por sua vez, transferem esse ônus para o consumidor final. Antes da implantação das bandeiras tarifárias pela Aneel, o aumento do custo de geração de energia era repassado aos consumidores via reajuste anual e local. Agora, o sistema antecipa as condições de geração.

Em setembro deste ano, quando houve uma nova queda nos preços da alimentação (-0,26%), os preços de energia subiram 10,31% no mês, tendo o principal impacto individual (0,41 p.p.) no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que variou em alta de 0,48% no período. 

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), excluindo-se o efeito da energia elétrica, a inflação em setembro teria subido apenas 0,08%. No acumulado do ano (até setembro), o IPCA varia em alta de 3,64%, enquanto no intervalo os preços de energia subiram 16,46%.

Já a prévia da inflação (IPCA-15) de outubro mostrou um arrefecimento nos preços da energia, que passou de 12,17% para -1,09%, com a troca de patamar da bandeira tarifária vermelha de 2 para 1 pela Aneel no mês. Pelos cálculos do indicador, a conta de energia acumula no ano (até outubro) alta de 12,63%, o que é muito acima da média da inflação (3,94%) no mesmo período.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *