O Itaú Unibanco teve lucro de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre do ano – um aumento de 11,3% ante igual período do ano passado.
Enquanto os bancos se locupletam pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) na estratosfera, a economia brasileira patina, o setor industrial a beira da estagnação.
Os concorrentes tiveram, igualmente, gordos resultados no trimestre: Santander lucrou R$ 4,01 bilhões (+9,6% ante o ano passado) e Bradesco, 6,2 bilhões (+18,8%). O Itaú foi o último entre os grandes bancos a apresentar seus resultados, divulgados nesta terça-feira (4).
De acordo com o comunicado, o retorno sobre o patrimônio líquido, que é o indicador de rentabilidade do banco, foi de 23,3% – alta anual de 0,6 ponto percentual.
Entre julho e setembro, o produto bancário do Itaú (indicador que inclui margem financeira e receitas com serviços e seguros) totalizou R$ 46,56 bilhões, avanço de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado e de 1,8% na comparação com o trimestre anterior.
Enquanto toda a economia sofre os efeitos dos juros – indústria sufocada para investir, demanda em queda e índices altíssimos de inadimplência e endividamento – os bancos se beneficiam disso.
Além dos privilégios do rentismo, a repercussão da Selic nas taxas de juros praticadas pelos bancos contribuem para seus lucros exorbitantes. Para o cartão de crédito rotativo, é autorizada a prática de juros a absurdos 443,3% ao ano. Para o cheque especial, de 141,0%.
Estudo de Giuliana Folego, coordenadora de estudos da consultoria Tendências e publicado na Hora do Povo, também apresenta o impacto dos altos juros na desigualdade social. No contexto de renda baixa e informalidade, a Selic tem aumentado a renda das classes altas – cuja renda é mais do que 70% proveniente de suas receitas puramente financeiras enquanto seus dinheiros ficam guardados – e piorando a vida dos trabalhadores, que dependem principalmente do trabalho.











