Auxílio-alimentação terá reajuste de 17,5% em dezembro. Sindicatos queriam aumento de 35% e criticam falta de negociação efetiva
O governo federal recusou a contraproposta das entidades de servidores que pediam reajuste de 35% no auxílio-alimentação – de R$ 1 mil para R$ 1.350 – e manteve o índice de 17,5%, o que elevará o benefício a R$ 1.175, a partir de dezembro.
Segundo o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação), a oferta respeita metas fiscais e valores previstos no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2026.
Demandas não atendidas
Além dos 35% no auxílio-alimentação, os servidores pleiteavam aumento de 20% no auxílio-creche e de 30% na assistência à saúde, ambos a partir de abril de 2026, e reajuste das diárias.
O governo afirmou que creche e saúde poderão ser corrigidas pela inflação, conforme aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual), e descartou novos valores para diárias, que foram reajustadas em dezembro de 2023.
Comparação com outros Poderes
A equiparação com benefícios do Judiciário e do Legislativo – cujo auxílio-alimentação é de R$ 1.784,42 – foi deixada em segundo plano pelas entidades após a proposta do MGI.
Para lideranças sindicais, o governo adota discurso fiscalista quando trata do Executivo, mas mantém silêncio diante de benefícios mais altos em outros Poderes. Segundo essas lideranças, ao negar a equiparação e impor reajustes abaixo da expectativa, o Planalto reforça a histórica desigualdade entre carreiras de Estado e transmite a mensagem de que servidores do Executivo – responsáveis por grande parte da execução das políticas públicas – seguem sendo tratados como “segunda categoria”.
Histórico e pressão sindical
No ofício enviado aos representantes sindicais, o governo destacou que o auxílio acumulou aumento de 118,34% desde 2022, passando de R$ 458 para R$ 1 mil e, agora, a R$ 1.175.
O documento foi encaminhado ao Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado), que reúne carreiras do segmento.
Com prazo final para resposta, nesta quarta-feira (5), as entidades – como o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) – pedem prorrogação até 12 de novembro e criticam “reuniões com pautas surpresa, sem negociação ou diálogo efetivo”.











