Paralisação do governo dos EUA causa cancelamento de voos por todo o país

Trump se recusa a cumprir ordem judicial e não paga vale-refeição para famílias de americanos (Vídeo Youtube)

A partir desta sexta-feira (7) centenas de voos foram cancelados de acordo com a ordem da Administração Federal de Aviação dos EUA (Federal Aviation Administration, FAA) para redução desses serviços. A medida foi adotada devido à paralisação do governo federal, que reduz a presença de controladores de voo em atividade.


Isso ocorre no segundo mês após início da paralisação (shutdown, como é chamada a interrupção do fluxo de recursos ao governo por não aprovação das contas orçamentárias pelo Congresso), a maior da história dos EUA, que é causada pela falta de acordo entre o partido governista, Republicanos, e oposição, Democratas, sobre o orçamento para 2026.

O chefe da FAA, Bryan Bedford, comunicou que a decisão se deve ao fato dos controladores de tráfego aéreo que devido à paralisação estão trabalhando sem receber salário, estão sob estresse constante e sobrecarregados, além de muitos não comparecerem ao trabalho.

“Estamos vendo sinais de estresse no sistema, por isso estamos reduzindo proativamente o número de voos para garantir que o povo americano continue voando com segurança”, disse Bedford. “A FAA continuará monitorando de perto as operações e não hesitaremos em tomar outras medidas para garantir que as viagens aéreas permaneçam seguras”.

Com a paralisação do governo, agora já há falta de cerca de 2 mil controladores.

40 aeroportos americanos que se estendem por 24 estados foram afetados pela decisão que reduz temporariamente em 4% o número de voos em aeroportos que tem tráfego alto nos EUA, aumentando para 10% até 14 de novembro.

Mais de 800 voos foram cancelados. Aeroportos em Chicago, Atlanta, Dallas, Phoenix, Denver, foram os mais afetados.

TRUMP REJEITA E RECORRE DA DECISÃO DE JUIZ PARA CORTAR VALE-REFEIÇÃO

Decisão de um juiz federal norte-americano deu uma ordem ao governo de Donald Trump para financiar o auxilio alimento para este mês para 42 milhões de americanos de baixa renda até esta sexta-feira. O juiz também repreendeu a Casa Branca por não ter cumprido a ordem no início dessa semana.

O juiz distrital dos EUA, John McConnell, de Providence, em Rhode Island, acusou o governo de Trump de reter o financiamento para o vale-refeição do Programa de Assistência Nutricional Suplementar, também chamado de SNAP.

“As evidências mostram que as pessoas passarão fome, as despensas de alimentos ficarão sobrecarregadas e ocorrerá sofrimento desnecessário”, disse o juiz na quinta-feira durante uma audiência virtual.

O juiz tinha ordenado ao Departamento de Agricultura americano para pagar o programa para que as pessoas recebessem o benefício por completo. O governo federal de Trump então entrou com um recurso contra a decisão para não ter que pagar pelo programa.

“Nunca vi um presidente norte-americano tão desesperado para forçar crianças e idosos a passarem fome”, disse a senadora democrata, Patty Murray. “Donald Trump está apelando da ordem de um tribunal federal exigindo que ele pague todos os benefícios do SNAP para este mês. Isso é o mais feio e cruel possível.”

A desculpa do governo Trump é que, por causa da paralisação, tem poucos recursos e só pode pagar parcialmente os benefícios em novembro.

Anteriormente à decisão do juiz, o governo federal de Trump se recusou a pagar bilhões em recursos de emergência que já tinham sido aprovados pelo Congresso, então governos de Estados americanos, prefeituras e ONGs entraram com processo alegando a obrigatoriedade legal e ética do governo de pagar.

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