Cinco soldados israelenses estupraram prisioneiro palestino no antro de prisional de Sde Teiman
A general Yifat Tomer-Yerushalem, ex-procuradora geral do exército israelense de ocupação, foi presa após fazer chegar a um jornalista da TV israelense, Canal 12, um vídeo no qual se vê a cena de um estupro de um palestino.
Depois da exposição do crime, com o vídeo mostrado na TV, começaram investigações e foi divulgado, em comunicado militar, que os soldados os soldados “atuaram com grande violência contra o detento” e provocaram “lesões graves”, incluindo costelas quebradas, um pulmão perfurado e uma fissura anal.
A informação da prisão da ex-procuradora foi divulgada nesta segunda, dia 3, pelo ministro fascista de Netanyahu, Ben-Gvir que ocupa a pasta de “Segurança”.
Segundo informou o jornal israelense Haarretz, quando Yifat Tomer-Yerushalmi, soube que sua prisão havia sido decretada, desapareceu por várias horas e chegaram a aventar suicídio até que foi localizada em uma praia próxima a Tel Aviv.
A procuradora havia se demitido e em sua carta de renúncia, publicada na sexta-feira, a ex-procuradora reconheceu que seu escritório entregara o vídeo.
O exército israelense anunciou que s soldados que aparecem no vídeo foram indiciados em fevereiro de 2025 pelo abuso e tortura que, segundo informa a imprensa israelense, ocorreram em julho de 2024, em pleno massacre de palestinos e devastação da Faixa de Gaza.
A prisão onde a estúpida agressão ocorreu foi a de Sde Teiman, próxima a Gaza, para onde os palestinos detidos na Faixa eram levados e de onde saíram diversas denúncias de tortura, inclusive de um médico que dirigia um dos principais hospitais de Gaza no momento de sua prisão.
Segundo o exército, as imagens do vídeo foram captadas por uma câmera de segurança. Nela mostra que os soldados se cercaram de escudos policiais antimotim para tentar esconder as sevícias que cometiam.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, publicou um relatório em julho de 2024 no qual afirma que, desde o ataque de 7 de outubro, muitos palestinos foram detidos secretamente e, muitos deles submetidos a tortura.
O jornalista Guy Peleg, que recebeu o vídeo e o levou ao ar, pela TV Canal 12, está sendo perseguido e ameaçado. Conforme denuncia o jornal Haaretz, seu “o único ‘crime’ foi levar ao ar um vídeo a provar que a investigação sobre abusos de um detento palestino tinha base real. Em uma democracia isso seria considerado jornalismo. Na Israel de hoje, é tratado como crime”.
“Quando o video veio à tona mostrando soldados estuprando um prisioneiro, o ultraje em Israel foi imediato – mas não sobre o crime – a fúria desencadeada foi dirigida contra quem vazou e quem divulgou as evidências do crime”, diz o Haaretz.
A demissão de Yifat Tomer foi anunciada na semana passada quando confirmou seu envolvimento no vazamento.
No video ainda aparece o momento em que os soldados agarram o palestino e o levam ao local onde seria estuprado, de olhos vendados.
O ministro fanático, Bezalel Smotrich, vociferous que divulgar o video seria equivalente a um “libelo de sangue contra o Estado de Israel” (referindo-se a como foram por diversas vezes judeus acusados na Idade Média de usar sangue de crianças para produzir o pão judaico usado nas celebrações da festa judaica do Pessach).
Já os soldados acusados de estupro deram uma coletiva de imprensa diante do Tribunal Supremo de Israel, demandando “compensação pelo dano causado a sua imagem”.
Usando máscaras, os soldados disseram: “Nós prevaleceremos”.
Em uma forçada indignação, prosseguiram: “Vocês tentaram nos quebrar, mas nós pertencemos à Força 100” (referindo-se a uma unidade do exército de ocupação denominada de ‘contraterrorismo’).
Em artigo divulgado pelo site Middle East Eye, a jornalista Lubna Masra declara: “Em um país que constantemente se diz orgulhar-se do respeito às regras da lei, este episódio deveria ter espalhado um arrependimento moral. Em vez disso, revelou a quão profunda desumanização dos palestinos ocorre e como está normalizada a violência sexual e tortura no interior das prisões israelenses”.











