A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) afirma que o prolongamento do nível da taxa básica de juros (Selic) em 15%, definido pelo Banco Central (BC) na noite da última quarta-feira (5), “ameaça frear investimentos na construção, comprometendo novos lançamentos imobiliários e a geração de empregos”.
O presidente da CBIC, Renato Correia, explica que “a construção é um dos setores mais sensíveis ao custo do crédito e à confiança do consumidor. Uma Selic de 15% por um ciclo longo traz desafios, porque o setor depende de financiamento de longo prazo, e esse custo torna muitos projetos inviáveis”, critica.
“O setor da construção gera emprego e renda. Manter os juros nesse nível por muito tempo é apostar numa desaceleração prolongada da economia real”, condena Correia.
No segundo trimestre deste ano, o setor registrou queda de -0,2% no crescimento, o que acentuou o recuo de -0,6% verificado no primeiro trimestre. Em reflexo ao aperto monetário prolongado, a entidade resolveu revisar para baixo a projeção de crescimento do setor em 2025, de 2,3% para 1,3%.
“Os juros altos limitam o maior incremento de atividades dos setores produtivos da economia, pois acabam por direcionar recursos para o mercado financeiro” , alerta a CBIC. “Mas sempre é importante destacar que são os setores produtivos os maiores responsáveis pela geração de renda, riqueza e desenvolvimento do País”, completa.
De janeiro a setembro de 2025, a entidade destaca que a Construção gerou 218,2 mil novos empregos com carteira assinada, resultado que é 5,85% inferior ao observado em iguais meses do ano de 2024 (231,7 mil).











