“Temos que defender a América do Sul’, diz Amorim sobre agressão dos EUA

Assessor especial da Presidência Celso Amorim. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Nós estamos discutindo uma coisa que é na nossa fronteira, praticamente”, disse o assessor de Lula na COP 30, em Belém, no Pará. A Casa Branca está ameaçando invadir a Venezuela

O assessor especial do governo Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou que o Brasil vai defender a Venezuela. “Nós temos que defender a América do Sul. Nós vivemos aqui”, disse Amorim, que participa da COP30, em Belém. Para Amorim, o tema está “praticamente na fronteira” com o Brasil.

“Nós temos que defender a América do Sul, gente. Nós vivemos aqui. O Brasil tem fronteiras com dez países da América do Sul”, afirmou. “Nós não estamos discutindo uma coisa distante que você pode discutir por razões humanitárias, ou políticas ou geopolíticas. Nós estamos discutindo uma coisa que é na nossa fronteira, praticamente. É natural”, afirmou Amorim em declaração a jornalistas.

A afirmação se dá em meio à escalada de agressões militares dos Estados Unidos contra e Venezuela e a Colômbia e a ampliação das provocações militares americanas no Caribe e no Pacifico. Ao ser questionado se o recente posicionamento crítico do presidente Lula sobre o assunto não pode atrapalhar a intenção de o Brasil ser moderador da crise, Amorim respondeu que o mais importante, no caso, é defender a região.

Recentemente, Lula decidiu mudar sua agenda para viajar à Colômbia nesta sexta-feira para participar da cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia para expressar “solidariedade regional” à Venezuela, segundo confirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O presidente Lula viajará, portanto, à Colômbia para participar da 4ª Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos). Essa participação foi anunciada de última hora e o próprio presidente citou que a situação da Venezuela será debatida. “A reunião da Celac só faz sentido agora se for para discutir a questão dos navios de guerra dos EUA”, disse Lula a jornalistas em Belém, antes da COP.

A operação militar norte-americana, embora não detalhada na fala de Amorim, é vista como um fator de desestabilização que exige uma resposta coordenada dos países da região. A defesa da soberania e da integridade territorial dos vizinhos, neste contexto, torna-se uma extensão da própria segurança brasileira. A postura defendida por Amorim sugere uma diplomacia ativa e vigilante, capaz de mediar conflitos e dissuadir intervenções externas que possam comprometer a paz e a estabilidade regional.

Historicamente, o Brasil tem desempenhado um papel de liderança na busca por soluções pacíficas para as crises sul-americanas, priorizando o diálogo e a não-intervenção. A fala de Celso Amorim reforça essa tradição, ao mesmo tempo em que sinaliza uma possível elevação do tom diplomático diante de cenários que ameacem a segurança coletiva do continente. Os EUA estão escalando o conflito sob pretexto de combater o narcotráfico mas o que está em jogo é a cobiça de Trump sobre o petróleo venezuelano. A Venezuela tem hoje a maior reserva de petróleo do mundo.

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