Há 6 anos, Lula deixava a prisão em Curitiba, impondo o retorno de figura central da esquerda brasileira, em meio a polarização, reviravoltas jurídicas e esperanças populares
Na tarde de 8 de novembro de 2019, Lula (PT) deixou a Superintendência da PF (Polícia Federal em Curitiba).
A saída veio logo após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou inconstitucional a execução imediata de pena antes do trânsito em julgado, o que permitiu a libertação dele.
Recebido por apoiadores com bandeiras, aplausos e o punho erguido, o momento foi celebrado como vitória política e simbólica. Por muitos, revés para o que chamavam de perseguição judicial.
Lula havia sido preso em 7 de abril de 2018 para cumprir pena por condenação em corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato, na qual a Justiça alegou que ele recebeu favores vinculados a contratos públicos.
MOTIVAÇÃO POLÍTICA
Seus defensores afirmavam que o processo era motivado politicamente; críticos sustentavam que era reparação de contas contra a elite política.
O debate se tornou parte do cenário polarizado que até hoje define a política brasileira.
A libertação não marcou o fim da tormenta judicial: em março de 2021, o STF anulou as condenações de Lula por falta de jurisdição adequada do tribunal de Curitiba.
Esse desfecho jurídico o habilitou novamente a disputar eleições e ressurgir como líder político influente no País e no mundo.
PEÇA CHAVE DE DISPUTAS NACIONAIS
Seis anos depois daquele momento em Curitiba, o cenário político se alterou profundamente.
Lula reaparece não mais como prisioneiro, mas como peça chave de disputas nacionais.
A trajetória — da prisão à possibilidade de quarto mandato — resume não só a resiliência de um político, mas as fragilidades das instituições, o peso do sistema judicial e a mobilização popular no Brasil.
PARA POSTERIDADE
A imagem de Lula saindo da prisão em Curitiba sintetiza um dos mais dramáticos capítulos da história política recente do país: um líder condenado, libertado, vindouro a nova era política, enquanto o Brasil ainda debate credibilidade, poder e democracia.
Aquela cena de libertação virou simbólica. Para apoiadores, marco de redenção; para adversários, alerta de retorno.
O que vier nos próximos anos dependerá de como esse passado será interpretado, disputado e usado como arma política.











