Os dados regionais da produção industrial brasileira de setembro apresentaram taxas negativas em 6 das 15 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre elas, estão importantes regiões industriais, incluindo São Paulo, que entre agosto e setembro recuou 0,4%. O cômputo da produção dos estados foi responsável por fazer a produção física brasileira geral recuar 0,4% em setembro, na comparação com agosto.
A indústria paulista concentra aproximadamente 33% de toda a produção do país. O desempenho de setembro teve influência principal dos setores extrativo e de derivado de petróleo. Apesar de ter registrado resultados positivos nos dois meses anteriores, o maior e mais diversificado parque industrial do Brasil se encontra, após setembro, com resultados inferiores aos patamares históricos.
“Com essa taxa de setembro, a indústria paulista se encontra 0,1% abaixo do seu patamar pré-pandemia e 21,7% abaixo do seu patamar mais alto, alcançado em março de 2011”, comenta Bernardo Almeida, analista da pesquisa pelo IBGE.
Além de São Paulo, a indústria do Rio de Janeiro tombou 4,3% na passagem de agosto para setembro, a da Bahia, 4,7% e do Paraná, 6,9%. Os outros resultados negativos vieram do Pará, com recuo de 1,4% e Região Nordeste, com desempenho de -0,1%.
As regiões que tiveram resultados positivos foram: Amazonas (9,0%), Rio Grande do Sul (4,8%) e Espírito Santo (4,6%).
O instituto ainda analisa que o movimento regional acompanha o movimento da indústria nacional, que ganha para, no mês seguinte, perder.
“A indústria paranaense, principal influência negativa, se retrai, após avançar 5,4% no mês anterior, eliminando a expansão verificada em agosto último. Contribuíram para essa queda os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e veículos automotores. Vale salientar que esta é a taxa mais intensa do Paraná desde outubro de 2022 (-12,4)”, explica Bernardo.
Essa gangorra também foi observada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). Além do efeito, a entidade aponta como causa da situação da indústria brasileira a alta taxa básica de juros (Selic). A política restritiva de manter a Selic a 15% ao ano tem sido condenada por diversos setores econômicos e produtivos, pois vem destruindo a indústria e gerando endividamento, derrubada dos investimentos e recuo da demanda.
“O mês de set/25 devolveu a maior parte do crescimento que a indústria brasileira havia registrado no mês anterior, indicando o obstáculo que a conjuntura de taxas de juros elevadas impõe à performance do setor”, afirmou o Iedi.
“Dos nove meses já cobertos pelas estatísticas do IBGE, a indústria não cresceu em cinco deles e nos demais meses, em geral, ficou perto da estabilidade. As exceções, ainda na série com ajuste sazonal, foram mar/25 (+1,8%) e ago/25 (+0,7%), insuficientes para evitar o enfraquecimento dos resultados em comparação com a situação industrial de um ano atrás”, completa o instituto.











