Entidade pediu a Geraldo Alckmin aumento na alíquota de importação. Segundo a Abinee, a indústria estrangeira instalada no Brasil, mesmo operando com 50% de capacidade ociosa, prefere importar em vez de produzir aqui
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, acompanhado de presidentes e executivos de empresas associadas à entidade, apresentou ao vice-presidente Geraldo Alckmin, pautas de reivindicação do setor que inclui o aumento na alíquota de importação de sistemas eletrônicos necessários para a montagem de data centers no Brasil.
A Abinee denuncia que as empresas que produzem estes equipamentos lá fora têm fábricas instaladas no Brasil e, mesmo operando com 50% de sua capacidade instalada ociosa, estão preferindo importar, por ser mais barato do que produzir internamente.
“Os equipamentos produzidos no Brasil são reconhecidos por sua alta tecnologia e por serem fabricados por marcas de renome internacional”, afirma a Abinee, em nota. “A tecnologia dessas empresas instaladas no país é a mesma àquela disponível em outros mercados ao redor do mundo. Quanto à produção, as empresas têm total capacidade e disponibilidade para atender à demanda local e exportação, caso as condições isonômicas sejam implementadas”, completa.
A reunião com Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, foi realizada no início desta semana (10), no escritório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em São Paulo, a fim de debater o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata), criado pelo governo federal para incentivar a instalação e operação de data centers no Brasil.
“Não estamos tentando impedir quem queira importar de fazê-lo. Apenas que paguem o Imposto de Importação para que haja equidade entre a indústria nacional e a estrangeira”, defende o presidente da Abinee, em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo Caso o pleito do setor seja aceito, segundo Barbato, os preços dos produtos vão ficar no máximo 3% mais caros.
A produção interna destes equipamentos gera mais empregos no país do que a instalação de um data center, que segundo o empresário pode gerar no máximo 20, 30 empregos. Ele também destaca que depois de instalados os data centers (que buscam usufruir das nossas águas) as operações serão feitas todas no exterior.
Um data center demanda equipamentos como grandes geradores e transformadores, já que não podem ficar “um só segundo” sem energia elétrica, lembra Barbato.
“Dissemos ao vice-presidente e ministro Alckmin que a janela de oportunidade para fortalecer a indústria e gerar empregos com os data centers é na fabricação dos equipamentos, porque cada unidade dessa consome na sua instalação muitos equipamentos eletrônicos e elétricos também”, comenta o empresário.











