O novo estudo técnico do BNDES, que concluiu que abandonar a construção da usina nuclear Angra 3 custaria mais do que colocar o projeto em operação, está mobilizando parlamentares, que cobram uma decisão do governo.
O presidente da Frente Parlamentar da Tecnologia Nuclear, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), defende que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) delibere sobre a questão ainda em novembro. “Não dá mais para postergar”, afirmou Lopes.
O próprio presidente do Conselho e também Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já proferiu voto a favor da retomada do projeto da usina, que está 66% concluída e poderia começar a operar em 2033.
Segundo o relatório de viabilidade econômica e financeira encomendado pela Eletronuclear ao BNDES, encerrar o projeto custaria entre R$ 22 bilhões e R$ 26 bilhões. Para concluir, o valor estimado é R$ 24 bilhões.
O estudo também informou que a tarifa de equilíbrio ficaria entre R$ 778 e R$ 817 por MWh – valor abaixo do custo médio das usinas térmicas, reforçando a eficiência da energia nuclear. Parada, a obra custa R$ 1 bilhão por ano apenas para ser mantida – custos que cobrem as dívidas de financiamento e a manutenção da infraestrutura. Estas despesas são pagas com receitas das usinas Angra 1 e 2 desde que o financiamento foi suspenso.
A Eletronuclear defende que a atualização do estudo confirma que a conclusão de Angra 3 é a opção mais racional sob os pontos de vista econômico, energético e ambiental. Além disso, afirma, que estrategicamente, a energia nuclear tem papel importante na transição para uma matriz elétrica mais limpa e segura no Brasil.
“Com a conclusão de Angra 3, teremos energia limpa e contínua para 10 milhões de pessoas, consolidando nossa matriz como uma das mais sustentáveis do mundo”, afirma a Eletronuclear em nota após a divulgação do estudo.











