Queda foi de -0,3%, após ficarem estagnadas em agosto (0,1%), de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE
As vendas do comércio varejista voltaram a cair em setembro deste ano, em queda de -0,3%, após ficarem estagnadas em agosto (0,1%), de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, seis dos oito setores do comércio marcaram recuos em suas vendas.
Esses resultados vêm depois de o setor ter encadear uma série de resultados ruins em abril (-0,3%), maio (-0,4%), junho (-0,1%) e julho (-0,2%). No ano, o varejo acumula crescimento de 1,5%.
“Num horizonte de seis meses”, destaca o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, “por cinco ocasiões as taxas ficaram no campo negativo, o que já dá uma diferença de patamar para março (quando houve a última alta) de -1,1%. Assim, o cenário que se desenhava de abril a junho (queda lenta após pico de março), volta em setembro, mas agora já contabilizando seis meses desse movimento”, comenta.
O indicador das vendas do comércio varejista é um bom termômetro de como anda o consumo das famílias, que vem sendo atingido pelo encarecimento do crédito e pela inadimplência, alavancados disparada dos juros no Brasil. Entre setembro de 2024 a junho deste ano, a taxa básica de juros (Selic) subiu de 10,5% para 15%, após sete decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), que na sua última ata, sinalizou que irá manter a taxa inalterada neste patamar por período bastante prolongado.
Em sua última pesquisa, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que, em outubro deste ano, o índice de endividados subiu pelo terceiro mês seguido, chegando a 79,5%, bem como a proporção das famílias que atrasaram as parcelas de suas dívidas, renovando o recorde de inadimplência, de 30,5%.
“Nesse cenário, o comércio já sente desaceleração das vendas, uma vez que as famílias se veem obrigadas a promover ajustes no orçamento para se adaptar a essa realidade”, afirma o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
Na passagem de agosto para setembro, foram registrados recuos nas vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,6%) Tecidos, vestuário e calçados (-1,2%), Combustíveis e lubrificantes (-0,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,9%), Móveis e Eletrodomésticos (-0,5%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%).
Assinalaram taxas positivas, Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria (1,3%).
No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças, Material de construção e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas variou 0,2% em setembro na comparação com agosto. Nesta base comparativa, as vendas de Veículos e motos, partes e peças variaram em queda de -0,8% e de Material de construção com variação -0,1%.
No ano, o varejo ampliado acumula uma queda de -0,3%. Frente a setembro de 2024, cresceu 1,1%. No acumulado do ano, as vendas de Veículos e motos, partes e peças estão -2,8% em baixa, em relação ao mesmo período até setembro de 2024, enquanto as de Material de construção subiram 0,6%.
Frente a setembro de 2024, Veículos e motos, partes e peças obteve queda de 1,6%, Material de construção teve variação de -0,3% e Atacado especializado de produtos alimentícios bebidas e fumo cresceu 7,7%.











