Justiça italiana define dia 27 audiência para decidir sobre extradição de Carla Zambelli

A bolsonarista Carla Zambelli, presa na Itália, à espera de ser extraditada (Foto: Reprodução - Câmara dos Deputados)

Ela será defendida pelo Ministério Público italiano

A Justiça italiana marcou para 27 de novembro a audiência que pode definir o destino da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP).

Presa desde julho, quando foi localizada em Roma após fugir do Brasil, ela aguarda na penitenciária feminina de Rebibbia o desfecho do pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.

A sessão vai ocorrer às 13 horas no horário local — 9 horas em Brasília.

O Ministério Público da Itália já se manifestou favorável à extradição. Na audiência, o procurador italiano será o primeiro a falar, seguido pelo representante do Brasil, pela defesa e, se desejar, pela própria Zambelli.

A decisão caberá aos juízes da Corte, que devem divulgar o resultado nos dias seguintes.

PARECER TÉCNICO E TRATADO BILATERAL

Em manifestação enviada ao tribunal em outubro, o MP italiano afirmou que todos os requisitos do tratado de extradição Brasil-Itália estão preenchidos.

Entre esses, a dupla tipificação — ou seja, os crimes atribuídos devem prever pena de prisão em ambos os países — e a garantia de que a acusada teve assegurados os direitos básicos dela de defesa no Brasil.

REPERCUSSÃO NO BRASIL

Enquanto o processo caminha na Itália, avançam as medidas para selar o destino da deputada em Brasília. A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados já deu início aos preparativos para analisar o processo de cassação do mandato de Zambelli, que deve ser pautado assim que o relator for oficialmente designado.

Líderes partidários afirmam que a situação da deputada é considerada “insustentável” e que a extradição, caso confirmada, tende a acelerar o rito na Casa.

Mesmo aliados do PL admitem que a manutenção do mandato será difícil diante da condenação pelo STF, da fuga para a Itália e do agravamento do desgaste público, inclusive da Casa.

Nos bastidores, parlamentares avaliam que a tendência é de julgamento político célere, independentemente da decisão final da Justiça italiana.

CONDENAÇÃO E FUGA

Zambelli está presa desde 29 de julho, após a Justiça italiana apontar risco de nova fuga.

No Brasil, ela foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF, por ser mandante da invasão e fraude nos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Antes da conclusão definitiva da sentença, deixou o País rumo à Itália, onde possui cidadania — o que levou à inclusão do nome dela na lista de procurados da Interpol.

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