Desde o início do genocídio, 6.000 palestinos de Gaza sofreram amputações

A menina Jihad teve amputações em duas pernas e uma mão (Sky News)

Entre as vítimas que perderam membros, devido ao bombardeio israelense, 25% são crianças

O Ministério da Saúde de Gaza comunicou nesta terça-feira (11) que desde o começo do genocídio em outubro de 2023, 6.000 palestinos sofreram com amputações pelos ataques das forças de Israel.

“A escassez de suprimentos médicos e dispositivos de assistência exacerba o sofrimento dos feridos e amputados”, disseram no comunicado. “Esses números refletem o profundo sofrimento humanitário experimentado por milhares de feridos e suas famílias”.

25% das amputações foram em crianças e 12,7% mulheres. Desde o começo do genocídio, mais de 69.000 palestinos foram mortos por Israel, na maioria mulheres e crianças, mais de 170.600 ficaram feridos, 42.000 sofreram lesões que impactam o resto de suas vidas, 6.000 dessas lesões resultaram em amputações e, ainda, 9.500 palestinos estão desaparecidos possivelmente embaixo de escombros.

De acordo com o Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, cerca de 21.000 crianças palestinas em Gaza sofrem com algum tipo de deficiência desde o começo do genocídio.

O ministério pede urgência para proporcionar programas de reabilitação e de apoio psicológico de longo prazo para os feridos em Gaza. As autoridades pedem apoio às organizações humanitárias internacionais que trabalham nas áreas de saúde e reabilitação.

AMPUTADOS DE GAZA SÃO OBRIGADOS A USAR PRÓTESES IMPROVISADAS

Por causa do bloqueio de Israel contra a entrada de ajuda humanitária a Gaza, palestinos amputados estão tendo que recorrer a próteses feitas em casa para terem uma chance de se ajustarem a essa nova vida com deficiência.

Com a destruição dos hospitais de Gaza, e a maior parte de seu estoque médico, os palestinos de Gaza tem poucos recursos para tentarem retomar suas vidas.

“Antes da amputação, eu costumava participar de muitos esportes diferentes”, disse Rateb Abu Qaliq para a Al Jazeera. Ele vive em Khan Younis e teve que usar uma prótese improvisada com um cano e um pedaço de corda.

“Saímos para jogar e encontramos um cano que era mais longo do que sua perna”, relatou seu primo, Ahmed. “Nós cortamos o cano para encaixá-lo e amarramos com uma corda para que ele pudesse de alguma forma se juntar a nós no futebol e outras atividades”.

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