Igor Calvet, presidente da Anfavea, afirmou que, embora o mercado de semicondutores ainda não esteja totalmente normalizado, os riscos de uma nova crise na cadeia de produção de veículos “diminuíram significativamente”
A ação do governo brasileiro na negociação com a China para distribuição de chips semicondutores impediu que a produção de veículos no Brasil fosse paralisada.
Dados da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), divulgados na quinta-feira (13), apontam que a produção brasileira, em meio à crise global de chips, recuou 0,5% em outubro na comparação anual, e subiu 1,8% ante setembro – resultando em 249,1 mil novos veículos.
Igor Calvet, presidente da Anfavea, afirmou que, embora o mercado de semicondutores ainda não esteja totalmente normalizado, os riscos de uma nova crise na cadeia de produção de veículos “diminuíram significativamente”. Ele atribui o cenário e os dados da produção melhores do que o esperado à ação “rápida e coordenada” entre governo brasileiro e autoridades chinesas
“Houve uma ação rápida do setor para evitar que uma potencial crise viesse a acontecer. As empresas seriam afetadas de maneira diferente: algumas tinham mais estoque, outras menos”.
A crise de distribuição de chips semicondutores usados pela indústria automobilística foi agravada nos últimos meses graças aos boicotes de Donald Trump a empresas chinesas, gerando impasses para o mercado mundial.
Submetendo-se a Trump, o governo Holandês assumiu o controle da fabricante de chips Nexperia, sediada em Nihmegen e responsável pelo abastecimento de 40% dos chips essenciais para a produção de veículos flex.
A companhia é subsidiária da chinesa Wingtech, que foi colocada na lista de sanções de Trump no ano passado. Com a intervenção, o governo chinês decidiu interromper as exportações de chips.
A ação do governo brasileiro ante a iminente necessidade de paralisar as linhas de produção de veículos – a estimativa é que as montadoras tinham estoque para produzir por no máximo três semanas – foi coordenada pelo vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que negociou com as autoridades chinesas para manter os embarques dos semicondutores para o Brasil.
Um veículo moderno, explica a Anfavea, usa, em média, entre 1 mil e 3 mil chips. Sem esses componentes, as montadoras não conseguem manter a linha de produção em andamento.
VENDAS INTERNAS
Ainda de acordo com o estudo divulgado pela Anfavea, no acumulado de 2025, a produção de veículos registrou um avanço de 5,2%, totalizando cerca de 2,3 milhões de unidades.
Em outubro, as vendas também aumentaram: foram licenciadas 260,7 mil veículos, crescimento de 7,2% frente a setembro (243,2 mil, mas e redução de 1,6% em relação a outubro de 2024 (264,9 mil). De janeiro a outubro, o total de veículos vendidos no mercado interno foi de 2,17 milhões de unidades, avanço de 2,2% ante o mesmo intervalo de 2024, quando foram registradas 2,12 milhões de unidades.











