O ex-chanceler e assessor especial de Lula, Celso Amorim, disse que a decisão dos Estados Unidos de reduzir os impostos de importação para café, carne e outros produtos “é uma boa notícia para os nossos produtores e para os consumidores norte-americanos”.
“Espero que seja seguida de outras que beneficiem nossos produtos manufaturados, como calçados e máquinas”, comentou.
A medida de redução dos impostos de importação foi publicada na sexta-feira (14) pelo governo de Donald Trump. Entre os produtos afetados estão café, carne, frutas, castanhas e outros.
Trump aponta que tomou a decisão por conta do “andamento das negociações com diversos parceiros comerciais, da demanda interna atual por certos produtos e da capacidade interna atual de produção de certos produtos”.
A redução dos impostos se dá sobre a taxação global de 10%, e não sobre a sobretaxa de 40% que os EUA colocaram contra os produtos brasileiros.
Celso Amorim avalia que a redução dos impostos para café e carne é uma medida de caráter mais amplo. Segundo Amorim, a redução tem “uma racionalidade própria” acerca da situação econômica dos EUA, como a inflação.
O ex-ministro das Relações Exteriores também destaca que a retomada das negociações entre Brasil e EUA, assim como o clima mais amigável entre os presidentes Lula e Trump, podem ter influenciado na decisão dos EUA.
CAFÉ
Uma vez que as taxas reduzidas foram aquelas que antes incidiam sobre os produtos de todo o mundo, a avaliação dos produtores brasileiros de café é de que a medida pode ter um resultado negativo para eles.
O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, declarou que “melhorou para os nossos concorrentes e piorou para o Brasil”.
Marcos explicou ao portal g1 que outros países, como Colômbia e Vietnã, estão com a tarifa zerada para que seus produtos entrem nos EUA.
Segundo Márcio Ferreira, presidente da Cecafé, se a taxa de 40% sobre o café brasileiro continuar, a situação “continua proibitiva e não muda nada. O Brasil continua totalmente fora do jogo”.
Já o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, avalia que a posição do governo dos EUA pode ser uma “sinalização” positiva de que as taxas contra os produtos brasileiros podem ser retiradas.
“É um motivo de comemoração comedida, mas com uma perspectiva muito positiva para que a gente possa ter a retirada total das tarifas”, afirmou.
No entanto, o presidente Donald Trump disse que não acha que “será necessário” novas reduções de impostos de importação. “Acabamos de fazer um pequeno recuo. Os preços do café estavam um pouco altos. Agora, ficarão mais baixos em um período muito curto”.











