Desembolsos do BNDES atingem R$ 101,9 bi de janeiro a setembro, 17% maior que em 2024

Mais uma vez os créditos para a indústria foram maiores que para agropecuária, destaca o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (Foto: Tomaz Silva - Agência Brasil)

Para a indústria foram liberados R$ 27,3 bilhões, aumento de 50% dos desembolsos na comparação anual

Os desembolsos pelo BNDES somaram R$ 101,9 bilhões, entre janeiro e setembro deste ano, uma alta de 17% quando comparado com o mesmo intervalo de meses de 2024, informou o banco de fomento na sexta-feira (14).

Para a indústria foram liberados R$ 27,3 bilhões, aumento de 50% dos desembolsos na comparação anual. Na agropecuária e no setor de comércio e serviços, os desembolsos somaram respectivamente R$ 24,9 bilhões (+19%) e R$ 19,0 bilhões (+ 12%). No caso da infraestrutura, o BNDES liberou R$ 30,6 bilhões, mesmo patamar de 2024.

No acumulado de janeiro a setembro, “as aprovações de novas operações de crédito se mantiveram estáveis, somando R$ 139,2 bilhões (alta de 111% sobre 2022)”, comunicou o BNDES. As aprovações indicam o ritmo futuro dos desembolsos, pois os financiamentos do BNDES são de longo prazo e os recursos são liberados ao longo dos anos.

Ao setor de comércio e serviços foram aprovados R$ 27,4 bilhões (alta de 8% sobre 2024). Para a indústria, R$ 38 bilhões (alta de 3%), enquanto à agropecuária foi aprovado a soma de R$ 35,9 bilhões (crescimento de 3%). 

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressalta que esse é o segundo ano consecutivo que as aprovações de crédito para a indústria superaram as aprovações para a agropecuária.

“Estamos saindo de um setor tradicional que é a pecuária, que é um setor consolidado com empresas que são líderes globais”, lembra. “O BNDES está investindo em setores de inovação e de descarbonização. É o nosso papel histórico como o banco de desenvolvimento, como o banco público que tem que buscar e olhar o futuro”, disse Mercadante, em entrevista coletiva de imprensa.  

“Nós saímos da pecuária, por exemplo, para investir em equity no EVE, que é o carro voador da Embraer. É uma empresa que está sendo construída. E outro investimento, de menor a monta, é uma empresa que nós queremos aprofundar esse caminho de bioeconomia. São soluções baseadas na natureza para substituir insumos, que contribui para descarbonização da economia”, também comentou.

No caso dos créditos à infraestrutura, as aprovações totalizaram R$ 38 bilhões, o que corresponde a uma redução de 10% ante 2024.

A direção do BNDES também afirma que o volume de consultas atingiu R$ 266,5 bilhões, o que é um aumento de 3% em relação aos nove primeiros meses de 2024.

“A solidez da carteira de crédito do BNDES é evidenciada pela inadimplência de 0,008% (90 dias), que permanece expressivamente inferior à do Sistema Financeiro Nacional (3,90% geral e 0,40% para grandes empresas em setembro de 2025)”, afirma a gestão do banco, em nota.

Lucro recorrente do BNDES cresceu 14,2%, totalizando R$ 11,2 bi

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro recorrente de R$ 11,2 bilhões, entre janeiro e setembro de 2025. O resultado corresponde a uma alta de 14,2% sobre o mesmo período de 2024. 

Já a carteira de crédito expandida alcançou saldo de R$ 616 bilhões em 30 de setembro – que é 5,3% acima de dezembro de 2024 – o maior valor nos últimos nove anos.

Mercadante explica que “o lucro líquido recorrente diz respeito às atividades de crédito do BNDES. E é um crescimento muito expressivo para essa conjuntura”, observa.

“Já temos aí alguma desaceleração em alguns setores da economia, uma taxa de juros muito elevada e ainda o impacto do tarifaço que também gerou uma certa insegurança, uma certa instabilidade no mercado. E mesmo assim cresceu 14%. É um resultado extraordinário para todas essas condições”, afirma o presidente do BNDES.

Já o lucro líquido contábil do BNDES, entre janeiro e setembro de 2025 foi de R$ 17,2 bilhões, sendo uma queda de 9% em relação a 2024. “Tivemos uma inflexão no lucro líquido, essa pequena queda é matemática”, esclarece também Mercadante. “Foi a redução de 53% dos dividendos da Petrobrás. Nós perdemos em relação ao período anterior R$ 1,9 bilhão. É isso que explica”, completa.

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