“Não queremos a intervenção de nenhum governo estrangeiro”, afirmou a presidente Claudia Sheinbaum em resposta a declarações ameaçadoras de Trump.
“A última vez que Estados Unidos interveio no México, nos levou metade do território”, lembrou a presidente.
Nesta terça-feira, em entrevista na Casa Branca, Trump respondeu a jornalistas sobre a intervenção no México que “Eu lançaria ataques no México para deter o narcotráfico? Não tenho problemas. Faremos o que for para detê-lo”.
Claudia Sheinbaum disse que aceita apoio, coordenação contra o crime organizado, mas nada de tropas estrangeiras, “não à subordinação”.
A presidente afirma que já esclareceu isso em diversas conversas telefónicas com Trump: “Já o mencionamos muitas vezes. Nada de tropas estrangeiras”.
“Nada de intervenção de qualquer governo estrangeiro”, repetiu.
Claudia destacou que também deixou isso muito claro ao chefe do Departamento de Estado dos EUA, o intervencionista Marco Rubio.
“Eles entenderam. Deixamos claro o respeito a nossa soberania e territorialidade”, enfatizou.
Trump havia ido muito além das ameaças de intervenção no México com declarações ofensivas para pretextar invasão no seu vizinho. Fingindo ignorar o fato de que é a sociedade dilacerada norte-americana o maior mercado consumidor de drogas do mundo, disse que “estive vendo a situação na Cidade do México durante o final de semana. Há muitíssimos problemas por lá”.
E usando o mesmo já surrado pretexto, foi colocando a culpa do problema das drogas exclusivamente nos países latino-americanos: “Perdemos centenas de milhares de pessoas a cada ano. Grande parte dessas mortes são produzidas no México. Não estou contente com o que está acontecendo no México”.
Para justificar a hostilidade aos países latino-americanos, em especial Venezuela, Colômbia e agora o México, vem designando os cartéis de drogas de “terroristas estrangeiros”.
O presidente Lula qualificou as declarações e ações do governo Trump de “inaceitáveis”, em especial após o já sistemático bombardeio a barcos nas proximidades da costa venezuelana, e as descreveu como atentados à soberania dos países da região.











