Somado às ações secretas, “medidas de pressão” incluem o fortalecimento naval e a rejeição de diálogo com o governo Maduro, visando as imensos e estratégicas reservas petrolíferos do país sul americano
O presidente dos EUA, Donald Trump, deu sinal verde para que a CIA realize operações secretas dentro do território venezuelano visando “medidas de pressão” contra o governo de Nicolás Maduro. A informação é do The New York Times, citando inúmeras fontes que vazaram, desmascarando a farsa e demonstrando que está se abrindo caminho a uma ação militar mais ampla na região.
Vale lembrar que nos últimos meses, em afronta à ONU e ao direito internacional, as tropas dos EUA realizaram 21 ataques contra pequenas embarcações que alegavam estar transportando narcóticos, matando pelo menos 83 pessoas. Nada absolutamente comprovado, apenas baseado em supostas “amplas informações de inteligência”.
Conforme o NYT, com seu principal porta-aviões estacionado no Caribe, Trump aprovou planos clandestinos para influenciar a opinião pública e fortalecer a oposição vende pátria, possibilitando mais do que interferências, ingerências concretas na Venezuela.
Ao mesmo tempo, os EUA pressionam por uma rodada de negociações indiretas com o governo Maduro, que, apontam os relatos, incluíram uma oferta para que o líder venezuelano renuncie, capitulando aos interesses da Casa Branca, que promete levá-lo ao seu destino de exílio.
Mesmo que não se saiba quais as operações secretas específicas aprovadas nem quando poderão ser implementadas, autoridades presentes às reuniões confirmaram que Trump ainda não teria autorizado o envio de tropas terrestres de combate. Segundo estas fontes, a campanha terrorista do império iniciaria com medidas militares não convencionais, incluindo sabotagem, atividades cibernéticas, guerra psicológica e de informação. De acordo com os experts militares, também estariam sendo preparadas opções adicionais caso a resistência popular se amplifique.
CAMPANHA PSICOLÓGICA, DE MANIPULAÇÃO E DESINFORMAÇÃO
Oficiais do Pentágono também elaboraram planos visando locais que, segundo a campanha psicológica e de desinformação, seriam de processamento de drogas e unidades militares próximas a Maduro, tecla fantasiosa que os grandes meios de comunicação alinhados à Casa Branca não param de bater.
Duas reuniões teriam sido convocadas por Trump na semana passada para revisar tais “planos de contingência” com seus principais assessores de segurança nacional. O avanço da operação viria acompanhado por ações de inteligência para respaldar os ataques militares, assinalou o relatório.
No último domingo (16), Trump pareceu reconhecer que há contatos em andamento, ao dizer “podemos estar tendo algumas conversas com Maduro, e veremos como isso termina”.
Embora tenha centrado sua propaganda em torno do tráfico de drogas e da imigração ilegal, em conversas privadas os assessores dos EUA confirmam que o presidente tem falado abertamente sobre que o que está em jogo é garantir acesso a longo prazo aos recursos petrolíferos venezuelanos. A Casa Branca se mantém absolutamente contrária a qualquer acordo que permita a Maduro continuar governando.
Na prática, Trump estaria adotando uma estratégia de duas vias. Seriam medidas “para inglês ver”, pois enquanto arrocha o torniquete fingiria manter os canais diplomáticos abertos. Autoridades presentes afirmam que Trump não se comprometeu com um caminho, seja a negociação, uma transição gradual de poder ou uma intervenção direta para remover o líder venezuelano à força.
“LANÇA DO SUL”: MAIOR OPERAÇÃO MILITAR EM DÉCADAS
A provocativa “Lança do Sul” já é a maior operação militar dos EUA em décadas – desde 1962, com a Crise dos Mísseis em Cuba – que veio acompanhada de acusações contra os presidentes da Venezuela e da Colômbia, Gustavo Petro. Além disso, o porta-aviões Gerald R. Ford chegou acompanhado de aproximadamente 15.000 militares americanos estacionados em embarcações anfíbias e em bases por toda a região, incluindo Porto Rico.
De forma teatral, o Departamento de Estado anunciou que, a partir da próxima segunda-feira (24) classificará o Cartel de los Soles como uma “organização terrorista”. O objetivo é claro: rotular tanto Maduro como Petro como chefes deu uma “entidade narcoterrorista”, criando as bases legais para futuras ações militares contra a soberania dos seus países.
Nos últimos dias, Trump admitiu que todas as opções se encontram sob a mesa, mas que a prioridade agora é Maduro: “Não descarto nada. Só precisamos cuidar da Venezuela”.











