Posição firme do presidente brasileiro foi decisiva para derrotar sobretaxas
O governo dos Estados Unidos anunciou a retirada da sobretaxa de 40% a produtos brasileiros que foi imposta pelo presidente Donald Trump em agosto. A decisão foi publicada pela Casa Branca, nesta quinta-feira (20). Entre os produtos estão carne bovina, café, açaí e cacau.
No decreto, Trump cita a conversa telefônica com o presidente Lula em 6 de outubro de 2025, “durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323. Essas negociações estão em andamento”.
O tarifaço imposto por Trump gerou uma enorme reação do governo brasileiro que não aceitou a chantagem da Casa Branca contra o Brasil. A chantagem contou com a cumplidade de Eduardo Bolsonaro contra o Brasil. Ele apoiou sanções contra a economia brasileira e contra o Judiciário para tentar livrar da cadeira seu pai Jair.
A suspensão das tarifas não retirou as sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes e sua família, como a suspensão dos vistos. O presidente Lula afirmou, na época, que a soberania do Brasil não estava em negociação e ganhou o amplo apoio da sociedade brasileira, impondo o governo Trump a recuar.
O Itamaraty considerou a notícia da suspensão das sobretaxas um avanço e entidades empresariais também se manifestaram. De acordo com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), com o tarifaço, as importações americanas de café brasileiro caíram 51,5% entre agosto e outubro, quando vigorava a taxa de 50%, em relação ao mesmo período de 2024.
“A reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para a carne bovina brasileira”, manifestou em nota a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
A Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham) considerou que “a medida representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral, com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas”. Mas, afirma que é preciso eliminar o tarifaço sobre outros produtos, como os bens industriais.











