Sindicato repudia demissões nos Correios e alerta para precarização de serviços

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Estado do Paraná (Sintcom-PR), Elisabete Barbosa Ortiz, se posicionou esta semana sobre o plano de reestruturação aprovado pela direção dos Correios, que prevê empréstimo de R$ 20 bilhões e medidas como plano de demissão voluntária (PDV) e fechamento de agências.

Desde o anúncio do plano, divulgado em outubro, não há, oficialmente, um número de trabalhadores previsto para as demissões. No entanto, a ameaça já acende alerta de entidades que repudiam a possibilidade de demissões em massa e cortes de direitos que recaiam sobre os trabalhadores e resultem na precarização dos serviços.

Segundo a sindicalista, “a solução não é demissão”, mas o contrário. “As dispensas irão reduzir ainda mais o efetivo que já opera com número insuficiente de funcionários”, afirma.

De acordo com Elisabete Barbosa, os Correios precisam é “aumentar o quadro, dar condições de trabalho, organizar a área comercial, buscar novos clientes, trazer todas as empresas públicas a utilizar os serviços dos Correios e, principalmente, valorizar os trabalhadores que estão sendo massacrados com tantos prejuízos”, diz.

“Vencemos a venda dos Correios com a chegada do presidente Lula, mas não paramos de sofrer e o chicote está cada vez mais intenso nas costas dos trabalhadores. As representações não conseguem chegar ao presidente Lula, apesar de estarmos buscando diversos meios de acesso para pedir socorro”, adverte, referindo-se à retirada dos Correios, pelo presidente Lula, da lista de privatizações (Programa Nacional de Desestatizações) em 2023.

Segundo Ortiz, “numa hipotética situação de demissões, quem mais sofreria seria a sociedade que depende do serviço dos Correios, que tem responsabilidade social e não de dar lucros. Todas as áreas sofreriam porque já estamos reduzidos ao extremo, qualquer baixa na empresa é uma sobrecarga a mais”, assinala.

Sobre o plano para o fechamento de agências, a sindicalista afirma que “o reflexo já se mostra nas diversas cidades que estão com as agências fechadas, outras que abrem uma ou duas vezes por semana, entregas esporádicas, trabalhadores que têm que se deslocar de uma cidade para outra colocando sua saúde e vida em risco”, afirma.

Ela destaca que a categoria “está esgotada com tantos prejuízos que vem sofrendo há anos, mas que é uma categoria combativa”. “Não vamos entregar os nossos direitos e não vamos permitir a privatização da nossa empresa, vamos lutar para torná-la de qualidade e sustentável”, afirma.

Elisabete Barbosa também defende que o governo tem responsabilidade de fazer aporte financeiro para os Correios. “A empresa é um braço do governo e executa ações que são de responsabilidade do governo, como a atuação dos Correios nas tragédias de Brumadinho, Rio Grande do Sul, recentemente Rio Bonito do Iguaçu, atendimento aos aposentados do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] e vários outros”, conclui Ortiz.

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