Quem é o evangélico agredido na vigília após defender a prisão de Bolsonaro

Pastor Ismael Lopes durante a vigília bolsonarista - Foto: Reprodução

Um dos coordenadores nacionais da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Ismael Lopes, foi agredido durante vigília em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente, no condomínio onde ele cumpria prisão domiciliar em Brasília. Nas redes sociais, Ismael diz que realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e que está bem, “na medida do possível” e que teve poucos machucados. 

Lopes foi ao local e tentou discursar para apoiadores do réu, mas foi hostilizado. Em vídeo divulgado nas redes, pessoas chegam a gritar para deixá-lo ir embora, que se trata “de uma armadilha”. Mesmo assim, apoiadores empurram Ismael e o derrubam no chão. 

Depois do ocorrido, ele deu uma declaração à imprensa: “Eu vim para cá em uma iniciativa de tentar fazer uma fala baseada na palavra de Deus para acabar com essa instrumentalização da fé cristã que eles fazem”, diz. “Dizendo, em nome de Deus, defendendo gente que atentou contra a nação, que atentou contra o estado democrático de direito”, acrescentou.  

A vigília foi citada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como um dos motivos para a prisão preventiva de Bolsonaro. O encontro para rezar pelo ex-presidente havia sido convocado pelas redes sociais. Na madrugada antes do encontro, foi detectada a violação da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro. 

Diante disso, Moraes identificou um eventual risco de tentativa de fuga e solicitou a prisão preventiva. A vigília se manteve e os apoiadores foram ao local combinado. Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que as partes envolvidas foram conduzidas à delegacia para registro da ocorrência e que o policiamento foi reforçado no local para garantir a segurança dos presentes.

PASTOR

Ismael Lopes conta com 35 mil seguidores no Instagram e apresentado como integrante do Conselho de Participação Social da Presidência da República, Ismael leu uma passagem bíblica afirmando que “quem cava covas por elas será engolido”. Na sequência, defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse condenado pelas ações durante a pandemia de Covid-19, que deixou 700 mil mortos no país.

Lopes é membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, mesma organização que articula os encontros da primeira-dama Janja com evangélicos em vários estados. Ele já representou o coletivo em ao menos uma reunião do Conselho de Participação Social da Presidência, realizada em dezembro de 2024.

Apesar da visibilidade nas redes, Lopes não é pastor. Ele se identifica com causas progressistas e de esquerda e manifesta essas posições publicamente. 

Também já chamou o governador do Rio, Cláudio Castro, de “assassino de Cristo” ao comentar a megaoperação policial que deixou 122 mortos nos Complexos da Penha e do Alemão.

Morador de Brasília, o jovem diz que não agiu em nome da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, mas que avisou lideranças do grupo de que tentaria discursar na vigília bolsonarista. Segundo ele, conseguiu espaço para falar ao se apresentar como representante de um movimento evangélico presente em 19 estados do país.

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