Juros altos minam a demanda e o emprego na indústria, denuncia CNI

Emprego industrial caiu em outubro. (Foto Gabriel Pinheiro/Agência Brasil)

Expectativa de demanda por produtos industriais tem pior novembro desde 2016

A Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra um aumento na produção industrial em outubro frente à setembro, porém, segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o resultado ficou em patamar bem abaixo dos últimos anos.

“A taxa de juros alta vem minando a demanda e reduzindo a atividade como um todo”, afirmou Azevedo ao divulgar a pesquisa na segunda-feira (24). “A expectativa de demanda por bens industriais para os próximos meses ainda é positiva, sobretudo por causa das festas de fim de ano, mas está mais fraca do que o normal. Os empresários estão percebendo, há alguns meses, uma queda da demanda por seus produtos. Por conta disso, projetam que a esperada alta do consumo que todos os anos ocorre no período de festas será menos intensa do que a de anos anteriores”, declarou.

QUEDA NO EMPREGO

O número de empregados caiu na passagem de setembro para outubro. “Além disso, o índice de expectativa de número de empregados para os próximos seis meses recuou e segue mostrando expectativa de queda das contratações pelo quarto mês consecutivo”. O índice ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos, indicando queda no total de trabalhadores na comparação com o setembro.

Em relação às exportações,, com o tarifaço imposto por Donald Trump, presidente dos EUA, as expectativas se mantêm negativas pelo quarto mês seguido.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) subiu de 69% para 71% entre setembro e outubro. Percentual menor do que o observado em outubro de 2024, quando a UCI foi de 74%, o mesmo registrado em outubro de 2023. 

NOVEMBRO

Os índices de expectativa de número de empregados e de quantidade exportada também pioraram em novembro.

Segundo a CNI, a expectativa de demanda por produtos industriais tem o pior novembro desde 2016. Os empresários esperavam aumentar a aquisição de insumos e matérias-primas e agora estão menos confiantes em relação à demanda. Apenas a intenção de investimento mostrou leve alta, mas segue abaixo dos patamares observados no final do ano passado.

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