Exército russo liberta Krasnoarmeysk e expulsão dos neonazis do Donbass se aproxima

Forças russas seguem avançando no Donbass (South China Morning Post)

As Forças Armadas russas libertaram a cidade estratégica de Krasnoarmeysk (Pokrovsk para a mídia ocidental e para Kiev), na República Popular de Donetsk, comunicou o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, ao presidente Vladimir Putin, no domingo (30). As informações são do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

“Na noite de 30 de novembro, o Comandante Supremo e Presidente russo Vladimir Putin visitou um dos postos de comando do Grupo Conjunto de Forças. Durante a sua visita, ouviu relatórios do Chefe do Estado-Maior General (Valery) Gerasimov, do Comandante do Grupo Central (Valery) Solodchuk e do Comandante do Grupo Leste (Andrei) Ivanayev”, disse Peskov .

“O general do Exército Gerasimov informou ao Comandante Supremo em Chefe sobre a libertação das cidades de Krasnoarmeysk, na República Popular de Donetsk , e de Volchansk, na região de Kharkov , bem como sobre os resultados das operações ofensivas realizadas pelas tropas em outras áreas”, disse o porta-voz do chefe de Estado.

As tropas russas vinham tomando a cidade distrito por distrito. O anúncio coincide com a chegada do enviado do presidente Trump para as negociações sobre o fim do conflito na Ucrânia, Steve Witkoff, a Moscou para reunião com o presidente Putin, que ocorre, na expressão do portal Zero Hedge, “no momento em que as linhas de defesa ucranianas em setores-chave estão colapsando”.

Há exatamente um mês atrás, Putin anunciara que o cerco a Krasnoarmeysk e Kupyansk tinha se completado. Kupyansk foi libertada há dez dias e, agora, Krasnoarmeysk.

Ao anunciar o cerco, Putin havia manifestado sua disposição de abrir corredores seguros para jornalistas ucranianos e ocidentais para “deixá-los ver com seus próprios olhos a condição em que as tropas ucranianas cercadas estão lá para que a liderança política da Ucrânia pudesse tomar as decisões relevantes sobre o destino de seus cidadãos”. Kiev recusou.

A “batalha por Povrosk” chegou a ser considerada pelo Washington Post, citando o think tank Institute for Study of War (ISW), decisiva para o destino de todo o Donbass, por ser um entroncamento rodoviário e ferroviário essencial para o abastecimento das forças ucranianas remanescentes no Donbass e um elo fundamental na cadeia de cidades “fortaleza”, as principais delas Slovyansk e Kramatorsk, respectivamente a 17 km e 24 km da fronteira da RPD.

“A bandeira russa foi hasteada na Praça Shibankova, em frente ao Instituto Industrial de Krasnoarmeysk da Universidade Técnica Nacional de Donetsk”, informou o canal do Ministério da Defesa russo no Telegram. Os edifícios da administração municipal e distrital, bem como o centro cultural da cidade, também estão localizados nesta praça.

Putin agradeceu aos militares pela libertação da cidade. “Quero agradecer pelos resultados do seu trabalho em relação a Krasnoarmeysk. Tanto você quanto todo o comando e pessoal do grupo de batalha. Claro, os combatentes, nossos homens, que estão realizando essas missões de combate”, afirmou o líder russo.

Nos últimos sete dias, as forças russas libertaram ainda Zvanovka, Petrovske, Ivanopolye, Vasyukovka, Tykhoye, Otradnoye, Zatishye e Novoye Zaporizhzhia.

Na quinta-feira (27), na cúpula no Quirguistão, ex-república soviética, Putin detalhara o quadro na frente e a situação cada vez mais insustentável dos ucranianos, e chegara a citar relato que recebeu sobre uma força de 3.500 ucranianos, cercados na margem do rio Oskol, e que tinham de ser reabastecidos por drones, a ponto de estarem como “moradores de rua”.

CONDIÇÕES DETALHADAS PELA RÚSSIA PARA A PAZ

Nessa entrevista, Putin ressaltara que, ou as tropas ucranianas se retiravam das regiões cujas populações decidiram pela reunificação, ao seriam forçadas militarmente a fazê-lo e reiterou os objetivos da Operação Militar Especial: restauração da neutralidade da Ucrânia, sem Otan, desnazificação e restauração dos direitos constitucionais dos russos étnicos ao próprio idioma e à própria religião, além do fim das sanções contra a Rússia e devolução das reservas roubadas.

Ele também observou que a situação no terreno fazia com que setores passassem a considerar necessária uma negociação, enquanto outros, como Zelensky e os altos mandos europeus, ainda dispostos a insistirem “até o último ucraniano” na insana intenção de impor uma “derrota estratégica” à Rússia.

A agência russa estatal TASS deu mais detalhes sobre a vitória em Vovchansk. Mais de 23 mil militares ucranianos foram derrotados, dos quais pelo menos 8 mil eliminados.

“Em apenas 18 meses de combates, as Forças Armadas da Ucrânia perderam 46% de seu efetivo. As perdas diárias chegaram a uma média de mais de 40 mortos e feridos”, disseram as forças de segurança, citando a agência TASS. Foi relatado ainda que o regime de Kiev mobilizou 33 batalhões na cidade, com 90 tanques e 320 veículos blindados à sua disposição.

Os novos avanços russos também se dão enquanto uma crise abala o regime de Zelensky, que teve de abrir mão de seu chefe de gabinete e eminência parda, Andriy Yermak, após um escândalo de corrupção – desvio de US$ 100 milhões em propinas na estatal de energia elétrica -, que também pegou o sócio de Zelensky, Timur Mindich, que fugiu para Israel.

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