Os trabalhadores dos Correios de São Paulo e de todo o Brasil iniciaram uma série de mobilizações a partir do último dia 2, para fazer frente à crise que atravessa a estatal, fortalecer a defesa dos Correios como empresa pública e garantir os direitos dos trabalhadores, uma campanha salarial justa com valorização da categoria.
Na terça-feira (2), os trabalhadores lotaram a sede da Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (SINTECT-SP), e aprovaram uma grande mobilização para a caravana nacional e ato unificado na capital federal no dia 10/12, e estado de greve em defesa dos direitos, contra as anunciadas demissões e valorização salarial.
O sindicato “segue na linha de frente da mobilização nacional, atuando de forma estratégica para fortalecer a categoria em todo o país”, afirmou o presidente do SINTECT-SP, Elias Diviza.
“É fundamental que todos os trabalhadores estejam mobilizados e conscientes da importância dessas ações. A unidade da categoria é a nossa maior força na defesa de nossos direitos”, afirmou Diviza.
Segundo o secretário geral do sindicato, Ricardo Adriane de Sousa (conhecido como Peixe), que falou ao HP, “os Correios estão sucateados” e os trabalhadores vão a Brasília “fazer uma pressão no Palácio do Planalto para cobrar do Lula investimentos em infraestrutura, modernização e aporte de dinheiro”.
“Nós sabemos que depende do Tesouro Nacional, que é quem assina, dá o último aval, mas também depende do Governo Federal que é o Lula”, afirmou Peixe, referindo-se ao empréstimo de 20 bilhões de reais, já aprovado internamente pela empresa.
Ele falou da importância de que os prejuízos da estatal, a crise financeira que já vem “por conta do sucateamento de longa data – pelo menos desde 2017 -, má gestão em outros governos, que se agravou no governo Bolsonaro, não recaiam agora sobre os trabalhadores”.
“Não podemos abrir mão dos nossos direitos, e as nossas principais reivindicações são a reedição de todo acordo coletivo na íntegra, a inflação do período em cima dos salários e dos benefícios”, disse, reconhecendo que, por conta da crise financeira, os trabalhadores sabem que “não podem esperar que vão conseguir um acordo conforme outrora”, mas que “tem que ser um acordo coletivo que respeite a realidade”.
De acordo com Peixe, é isso que os trabalhadores defendem, “nenhum direito a menos” e “também a manutenção do Correio Público, de qualidade, sem privatização e dando a devida importância ao papel social que os Correios têm”, afirmou.










