O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, advertiu Trump contra ataques à soberania do seu país, após as declarações do presidente norte-americano que não descartou um ataque ao território colombiano sob o pretexto de “conter o narcotráfico”.
“Ouvi dizer que a Colômbia, o país da Colômbia, está produzindo cocaína. Eles têm fábricas de cocaína… qualquer pessoa que esteja fazendo isso e vendendo para o nosso país está sujeita a ataques”, esbravejou o republicano nesta terça-feira (2).
“Se existe um país que ajudou a impedir a entrada de milhares de toneladas de cocaína, evitando que norte-americanos a consumam, esse país é a Colômbia”, rebateu Petro, alertando que “atacar nossa soberania é declarar guerra; não prejudiquem dois séculos de relações diplomáticas”.
“Sem mísseis, destruímos 18.400 laboratórios durante meu governo. Venha comigo e eu lhe mostrarei como são destruídos: um laboratório a cada 40 minutos, mas não ameace nossa soberania, pois vocês despertarão a onça-pintada”, avisou.
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, complementando as declarações do presidente, emitiu um comunicado expressando “profunda preocupação” com as declarações de Trump e reafirmando seu compromisso com uma estratégia antidrogas baseada em evidências, fundamentada nos direitos humanos, na saúde pública e na responsabilidade compartilhada, rejeitando categoricamente “qualquer ameaça de agressão externa” que possa comprometer a soberania, integridade territorial e dignidade nacional, e ressaltou sua adesão ao direito internacional e à paz.
EUA VISAM VASTAS RESERVAS DE PETRÓLEO DA VENEZUELA
A troca de declarações acontece num contexto em que os Estados Unidos mantêm uma presença militar na costa da Venezuela desde agosto de 2015, no âmbito da Operação Lança do Sul, supostamente para “combater” o narcotráfico. Além disso, desde o início de setembro mais de 80 pessoas foram mortas em bombardeios contra 23 embarcações sem qualquer evidência de ligação com o tráfico ilícito, ações descritas por especialistas das Nações Unidas como “execuções extrajudiciais”.
Organizações internacionais como a ONU e a DEA reconhecem que a Venezuela não é uma rota de tráfico de drogas para os EUA, visto que mais de 80% das drogas entram pelo Pacífico.
Como afirmou o presidente Nicolás Maduro, em carta enviada ao secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Haitham al Ghanis, o motivo é que “os Estados Unidos pretendem se apoderar das vastas reservas de petróleo do país, as maiores do planeta, através do uso da força militar letal, o que afetaria seriamente o equilíbrio do mercado global de energia”.











