Senadores dos EUA apresentam resolução contra o ataque de Trump à Venezuela

Senador Chuck Schumer, líder da bancada democrata, encabeça apresentação de resolução para barrar agressão de Trump à Venezuela (Foto do Partido Democrata dos EUA)

Um grupo de senadores democratas e republicanos dos Estados Unidos apresentou, nesta quarta-feira (3), uma resolução com o objetivo de bloquear qualquer ação militar de Washington contra a Venezuela sem aprovação do Congresso.

A medida dos senadores democratas Tim Kaine, da Virgínia, Chuck Schumer, de Nova York, Adam Schiff, da Califórnia, e do senador republicano Rand Paul, do Kentucky, foi anunciada após Trump haver decretado, no domingo passado, uma agressiva zona de exclusão aérea sobre a Venezuela, ordenado às empresas aéreas que se afastem, e ainda falado em “ataques por terra para breve”. Tudo supostamente, para interromper o fornecimento de drogas ilegais que matariam norte-americanos, sem qualquer apresentação de provas da alegação.

Desde o início de setembro, tropas dos EUA realizaram 23 ataques contra supostos barcos de narcotráfico no Caribe e no Pacífico, resultando na morte de ao menos 87 pessoas, enquanto o governo Trump intensifica a pressão militar contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Os parlamentares já haviam sinalizado, na terça-feira (2), que apresentariam a proposta caso o governo lançasse um ataque, mas afirmaram que as declarações de Trump anteciparam a decisão. “Estamos sendo arrastados para uma guerra com a Venezuela sem base legal ou autorização do Congresso, e o Senado deve estar preparado para impedir uma guerra ilegal que colocaria desnecessariamente em risco milhares de militares americanos”, disse Schiff em comunicado.

Pelas regras do Senado, uma resolução baseada nos poderes de guerra é considerada matéria privilegiada, o que obriga sua votação em poucos dias, independentemente da posição da liderança do Congresso.

EX-JUIZES TAMBÉM DENUNCIAM “CRIME DE GUERRA”

O Grupo de Trabalho dos Ex-Juízes Advogados Gerais (JAGs), que inclui funcionários que atuaram como assessores jurídicos das Forças Armadas sob administrações anteriores, advertiu que essas ações executadas por Trump se tratam de “crimes de guerra” sob o direito internacional ou “assassinato” sob o código penal.

“Se a operação militar dos EUA para interceptar e destruir embarcações suspeitas de tráfico de narcotraficantes é um ‘conflito armado não internacional’, como sugere a administração Trump, ordens para ‘matar todos’, que podem razoavelmente ser consideradas uma ordem para ‘não dar quartel’ e para ‘double-tap’ [equivalente a tiro de misericórdia para não fazer prisioneiros ou deixar sobreviventes], que são claramente ilegais segundo o direito internacional. Em resumo, são crimes de guerra”, denunciaram.

AÇÕES DE TRUMP SÃO PARA ASSALTAR O PETRÓLEO

Ou seja, as ações de Trump não são para garantir qualquer segurança contra fornecedores de drogas, são para assaltar o petróleo da Venezuela, para insuflar uma “mudança de regime”, para a qual ele até já preparou uma “presidente”, a Nobel da Paz Corina Machado, cujo “programa de governo” é entregar o petróleo à Exxon e Chevron na bacia das almas.

Organizações internacionais como a ONU e a DEA reconhecem que a Venezuela não é uma rota de tráfico de drogas para os EUA, visto que mais de 80% das drogas entram nos EUA pelo Pacífico.

Como afirmou o presidente Nicolás Maduro, em carta enviada ao secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Haitham al Ghanis, o motivo é que “os Estados Unidos pretendem se apoderar das vastas reservas de petróleo do país, as maiores do planeta, através do uso da força militar letal, o que afetaria seriamente o equilíbrio do mercado global de energia”.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *