A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj adiou a reunião para discutir a decisão judicial que levou o deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil) à prisão
Nesta sexta-feira (5) a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio decidiu adiar a reunião que estava marcada para discutir a ação judicial que levou o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil) para a prisão.
O presidente da Alerj, deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil), ligado ao governador Cláudio Castro, foi preso na quarta-feira (3) pela Polícia Federal durante a Operação Unha e Carne. A prisão se deu por ele ter vazado informações da Operação Zargun contra o traficante de armas do Comando Vermelho, o ex-deputado TH Joias, também preso e também ligado a Cláudio Castro.

Segundo as investigações da PF, Rodrigo Bacellar teria vazado informações da Operação Zargun e orientado o deputado TH Joias a eliminar provas, além de ter R$ 90 mil em espécie encontrados dentro de seu automóvel.
A convocação havia sido feita pelo presidente em exercício, Guilherme Delaroli (PL), e divulgada em edição extra do Diário Oficial na noite de quinta-feira (4). A expectativa era que a CCJ analisasse hoje o parecer que orientaria os deputados sobre manter ou derrubar a prisão decretada contra Bacellar. Cláudio Castro já vinha sob suspeita da PF por ter feito uma manobra para não votar quando da prisão do traficante TH Joias.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que decretou nesta quarta-feira (3), a prisão preventiva do presidente de Rodrigo Bacellar (União Brasil), afirmou que há “fortes indícios” de que Bacellar participou de ações que favoreceriam o CV (Comando Vermelho) e que há infiltração política dessas organizações no Estado do Rio de Janeiro.

Segundo trecho da decisão do despacho do ministro, Rodrigo Bacellar estaria atuando ativamente pela “obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo Estadual”. “É a infiltração política que tais grupos alcançaram nos últimos anos, seja na esfera municipal, estadual e federal”, escreveu o ministro ao justificar a conversão das prisões.
Depois de dois dias em silêncio após a prisão de seu aliado, por ajudar o crime organizado, o governador Cláudio Castro se manifestou pela primeira vez sobre o caso. Em nota divulgada pelo Palácio Guanabara nesta sexta-feira (5), Castro afirmou manter “confiança na condução técnica e imparcial do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal”, responsáveis pela investigação que levou à prisão do parlamentar.

Mesmo com a PF apontando que o deputado vazou informações sigilosas da Operação Zargun ao então deputado TH Jóias (MDB), preso em 3 de setembro nas investigações sobre sua ligação com o Comando Vermelho, Castro saiu em defesa do aliado. “Acompanho os fatos, ocorridos na quarta-feira (03/12), com a devida atenção institucional. Rodrigo Bacellar é chefe do Poder Legislativo do Rio de Janeiro e é necessário garantir o direito ao devido processo legal”, diz a nota do governador.











