Protesto no BC denuncia juros recordes e “um trilhão de reais em privilégio” a banqueiros

Foto: CTB

Dirigentes das centrais sindicais, lideranças de sindicatos e trabalhadores realizaram um protesto contra os juros altos, em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, nesta terça-feira (9), exigindo a “queda urgente” na taxa Selic, considerada “um entrave ao crescimento econômico brasileiro”. O Comitê de Política Monetária (Copom) está reunido hoje e amanhã para estabelecer a nova taxa de juros.

Usando gorros de Papai Noel para chamar a atenção e alertar sobre a dificuldade das famílias na compra dos presentes de fim de ano, as lideranças sindicais denunciaram os juros reais mais altos do mundo, alertando para os riscos ao consumo, à produção nacional e geração de empregos no país.

De acordo com as centrais, os juros elevados “beneficiam apenas o sistema financeiro e penalizam trabalhadores, famílias e empresas, aprofundando desigualdades e enfraquecendo o mercado interno”.

“As centrais sindicais e os movimentos sociais, mais uma vez, estão aqui à porta do Banco Central reivindicando a baixa imediata da taxa de juros. Sabemos que essa é uma mobilização permanente, porque nós não podemos conviver com esta taxa de juros escorchante que prejudica a economia, os empregos de qualidade e impede que as empresas contratem crédito para funcionar e gerar novos postos de trabalho. Estamos aqui em São Paulo e em outros estados nesse ‘Natal sem juros’, porque é impraticável que esse Banco Central mantenha uma das mais altas taxas de juros do mundo”, afirmou o secretário-geral da CTB, Ronaldo Leite.

De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), “juros elevados só atrasam o país, porque travam a economia, bloqueiam o desenvolvimento e reduzem drasticamente a capacidade de gerar empregos”.

Para o secretário-geral da CUT São Paulo, Daniel Calazans, “a atual taxa de juros encarece o crédito, desestimula investimentos e dificulta a vida das famílias trabalhadoras”.

“Enquanto a taxa de juros permanecer tão alta, a economia continuará crescendo muito pouco”, afirmou o presidente da NCST São Paulo, Luiz Gonçalves (Luizinho).

“Senhoras e senhores, são um trilhão de reais por ano que vão para a mão dos banqueiros que não produzem nada. Enquanto isso, falta uma série de necessidades para o nosso povo. E nós vamos continuar aqui”, afirmou o vice-presidente da CTB, Ubiraci Dantas (Bira). “Vamos insistir, continuar lutando pela redução das taxas de juros, pelo desenvolvimento do nosso país, pela soberania nacional. E soberania requer salário digno, emprego digno, educação e saúde para o nosso povo”, destacou Bira.

Conforme o representante da UGT, Josimar Andrade, “é inadmissível que juros tão altos segurem o consumo e dificultem o Natal das famílias brasileiras”.

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