Dois assessores parlamentares dos deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ) movimentaram cerca de R$ 18 milhões em débitos com transferências sem identificação.
Os valores são incompatíveis com “a capacidade econômica” dos assessores, aponta a Polícia Federal.
No âmbito da operação Galho Fraco, Sóstenes e Jordy foram alvos de busca e apreensão nesta sexta-feira (19). Os investigadores apontam que eles montaram em seus gabinetes na Câmara um esquema de desvio de cotas parlamentares.
Adailton Oliveira dos Santos, assessor do PL, movimentou R$ 11,4 milhões em débitos, “com a maior concentração entre 2023 e 2024”, de acordo com a PF. Não foi possível identificar o destino de “parte expressiva dessas transações”.
Já Itamar de Souza Santa, que é assessor de Carlos Jordy, movimentou R$ 5,9 milhões em débitos, sendo que parte dos beneficiários também não foi identificada.
Segundo a Polícia Federal, o montante movimentado não é compativel com “a capacidade econômica” do assessor parlamentar, “impondo aprofundamento da análise”.
As transações sem identificação tinham o objetivo “claro e certo” de ocultar o destino, afirmou a PF.
“Em tempo incerto, diversos indivíduos, entre eles servidores públicos […] e em comunhão de desígnios com os deputados federais Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e Carlos Jordy (PSL-RJ), teriam ocultado e dissimulado valores oriundos de infração penal”, escreveu o ministro Flávio Dino na autorização da operação.
De acordo com documentos enviados para o Supremo Tribunal Federal (STF, Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy encabeçavam um esquema de desvio de dinheiro público por meio de contratos com empresas laranjas para serviços.
Um dos casos é a contratação fraudulenta de aluguéis de carros para os deputados, utilizando dinheiro da cota parlamentar junto à empresa Harue Locação de Veículos LTDAME, que devolvia parte do dinheiro do contrato para os parlamentares.
A PF aponta que Sóstenes e Jordy desviaram dinheiro “em benefício próprio”.
Em um apartamento utilizado por Sóstenes em Brasília, os agentes da PF encontraram um saco preto com mais de R$ 430 mil em espécie. O deputado bolsonarista falou que o dinheiro vem da venda de um imóvel e que ele não teve tempo de depositar a quantia.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, decretou a quebra de sigilo bancário e telemático (telefônico, eletrônico etc.) dos deputados federais Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, e Carlos Jordy (PL-RJ) entre 2018 e 2024.











