A área jurídica da empresa questionou a retirada de exigências para investimentos, apontando o “aumento de nível e grau de risco”
Um diretor da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) indicado pelo governador Cláudio Castro atuou para rebaixar as exigências para aplicações financeiras da estatal e colocou R$ 200 milhões no Banco Master.
O Banco Master foi liquidado por conta de fraudes que somam R$ 12 bilhões. O dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso. Logo depois foi solto pela Justiça, mas aguarda recurso do Ministério Público para rever a decisão de soltura.
A movimentação foi questionada pelo setor jurídico, que apontou aumento do risco.
As informações são do jornal O Globo.
O diretor financeiro da Cedae, Antonio Carlos dos Santos, trabalhava no gabinete de Cláudio Castro até 2022. Em 2023, ele agiu para que a Cedae mudasse suas regras internas a fim de que fosse feito o investimento milionário no Banco Master.
Em um parecer, Antonio Carlos argumentou que era “oportuno e urgente revisar a Política de Aplicações Financeiras” da estatal, buscando investimentos de maior risco.
A partir desse processo, a Cedae passou a fazer menos exigências para realizar os investimentos, podendo comprar títulos de baixa qualidade ou confiabilidade.
Na classificação do mercado financeiro, a empresa pública passou a comprar papéis de nota “BBB-”, que é exatamente a que tinha o Banco Master. Antes, o Cedae fazia investimentos em empresas “A-” ou superiores.
Além disso, as regras internas do Cedae diziam que os investimentos só poderiam ser feitos em empresas que tinham avaliações de “duas das três principais agências”. Com o governo Castro, essa exigência caiu para somente uma agência – exatamente o que tinha o Banco Master.
Em seguida, a Cedae desembolsou R$ 200 milhões em aplicações em CDB no Banco Master, que prometia rendimentos de 113% do CDI, o que é considerado alto.
A área jurídica da empresa questionou a retirada de exigências para investimentos, apontando o “aumento de nível e grau de risco”. O setor pediu à direção que avaliasse “se as alterações propostas – de perfil mais arrojado – estão em consonância com os planos”.
De acordo com O Globo, o contrato entre a Cedae e o Banco Master previam a opção de “resgate imediato” do dinheiro que foi investido, mas isso não está sendo exercido. O dinheiro, segundo Antonio Carlos, está sendo retirado aos poucos desde setembro de 2025 para ser investido em outras instituições.











